segunda-feira, 25 de maio de 2015

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Bom dia, já leu o Expresso Curto Bom dia, este é o seu Expresso Curto
Pedro Candeias
Por Pedro Candeias
Coordenador
 
25 de Maio de 2015
 
Duas mortes, cem mortes e os mortos sem nome
 

Ele entrou no carro, sentou-se no banco de trás e ela fez o mesmo. Deram as indicações ao homem que estava ao volante e encostaram-se enquanto o Ford seguiu para sul de New Jersey. Não chegaram onde queriam. Porque o tipo que os guiava quis ultrapassar um Chrylser na portagem New Jersey Turnpike e subiu um rail. John Nash tinha 86 anos e era um génio atormentado por uma doença cerebral que Alicia Nash, de 82, confortou até ao fim. Foram  estupidamente projectados para uma morte estúpida.

Noutro lugar, há um projecto de matança que continua vivo. Na Síria, no deserto da Síria, há uma cidade antiga chamada Palmyra que tem quatro mil anos de histórias que estão a acabar. O Estado Islâmico entrou lá, pôs 11 mil pessoas em fuga e assassinou uma centena delas. O Observatório da Síria para os Direitos Humanos disse à  CNN que há crianças entre os executados. Outro passo estúpido rumo à nossa estupidificação. 

Não se sabe os nomes dos que morreram no norte da Malásia, perto da fronteira com a Tailândia. A história é do jornalista Jonathan Head, da BBC, conta-se em três linhas e tem quatro palavras-chave: migrantes, tráfico e vala comum. Os muçulmanos  perseguidos na Birmânia apanham um barco e carregam-no com a esperança de uma vida nova mas acabam por perder a que têm no meio da selva. A intolerância é uma estupidez.


OUTRAS NOTÍCIAS
Há coisas que mudam e Espanha é uma delas: nas eleições autonómicas de ontem, o  PP manteve-se à frente mas não tão à frente como antes: ia perdendo Madrid para o Podemos, perdeu a maioria absoluta no país e, sobretudo, Barcelona para Alda Colau, uma candidata que nasceu dos movimentos sociais e da esquerda, como nos explica o  El Pais.

Cá no burgo, o PS reuniu-se numa Comissão Nacional que durou sete horas e meia e dela perceberam-se duas coisas: que a história da redução da Taxa Social Única - lembra-.se do que é?, aquela que pôs o país na rua em  setembro de 2012 -  estava mal contada e que será recontada; e que  as eleições primárias que elegeram  António Costa não será usada para a escolha de deputados. O candidato a primeiro-ministro disse ter percebido que os socialistas não estavam interessados nessa fórmula quando andou na estrada, de norte a sul.

No centro, o Tondela garantiu (finalmente) a subida à  primeira divisão e nas ilhas o União da Madeira fez o mesmo. Foi à pele, mas  Vítor Oliveira consegui pôr a equipa no sítio certo. Pela oitava vez.

Lá fora, o festival de Cannes consagrou o filme "Dheepan", sobre um "ex-guerrilheiro Tamil que deixou o Sri Lanka e se refugia num bairro social de Paris para encontrar outra guerra". A frase é do Francisco Ferreira, que esteve lá e é de lá que nos conta tudo  aqui

FRASES
"Queria agradecer ao Ministério da Cultura. Ah é verdade...  não há" Diogo 'punch line' Infante ao receber o Globo de Ouro para melhor actor de teatro.

" Vieram avisar-me e eu vim ver. Fui ao serviço e disse ‘parem aqui a votação’, dirigi-me à presidente da mesa e mandei suspender", Marinho Pinto fechou a loja nas eleições do PDR que não acabaram mal -  apenas não acabaram

"[Maria Luís Albuquerque] é tão competente a governar como incompetente a falar.Marcelo 'faz-o-que-eu-te-digo' Rebelo de Sousa no comentário à TVI, sobre as declarações da Ministra Justiça que falou num novo corte de pensões

" Isto não é só estar aqui, de gravata, na bancada a ver os jogos e não fazer nada. Não teve assim tanta piada." Roger 'bota-de-elástico' Federer não gostou que um miúdo  tivesse interrompido um treino em Roland Garros para tirar uma  selfie com ele

O QUE ANDO A LER
A página 9 tem um título e uma espécie de código três parágrafos abaixo do texto. E o autor diz-nos, nessas linhas, que este não é um livro, mas sim são dois e que nós podemos optar por ler ambos ou apenas um deles. Se escolhermos a segunda via, é só ir até à página 17 e acabar a história no capítulo 56; se formos pela primeira, pulamos até à página 435 e seguimos uma ordem que nos é dada no final de cada capítulo.

O "Rayuela", do argentino Julio Cortázar, é uma  viagem constante entre duas histórias ("Do Lado De Lá" e "Do Lado De Cá") que se cruzam e se enrolam e se entrelaçam como uma trança. Tem personagens que nos intrigam, como o boémio Horacio Oliveira que é um diletante-que-sabe-tudo (e sabe-o), e a La Maga, cujo nome verdadeiro é Lucia, e que se esquece de tudo o que lhe acontece.

E para estar a par de tudo o que acontece no país e no mundo (Rodrigo Guedes de Carvalho esteve nos Globos de Ouro) tem amanhã o Expresso Curto do João Vieira Pereira. Leia-o, sim, mas no seu ritmo, porque ele corre que se farta.

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