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sexta-feira, 8 de junho de 2012

'piada do dia'... [parece anedota] da avaliação de desempenho docente... via de rerum natura [antónio mouzinho]...!

"Pergunta óbvia: a que vem este paleio que liga um cientista de mérito a um diploma comum?
O Binómio «de Newton» tem tudo a ver com simplicidade prenhe de consequências. O Decreto Regulamentar n.º 26/2012, de 21 de Fevereiro, não.
Mas era bem bom que tivesse…
Como fui formado por pessoas que acreditavam na elegância e simplicidade das boas soluções — chama-se a isto, confesso, uma formação clássica —, olho pasmado para o Decreto Regulamentar que estabelece um novo sistema de avaliação de professores, e pergunto-me: o que quer este diploma dizer? Melhor: que quer ele fazer?
Vou novamente olhar o sistema: há um currículo nacional; é operacionalizado por programas; são postos em prática por professores, em benefício de estudantes; estes estudantes são avaliados, numa escala de 0 a 20, por exames periódicos; se estes exames forem tecnicamente corretos e exigentes, se as classificações dos alunos forem medianamente satisfatórias (médias superiores a 10, com domínios de excelência); se, enfim, corresponderem de perto às classificações internas da frequência, o que há que entender?
Que o ensino foi de qualidade.
O que se faz aos docentes responsáveis? — Dá-se uma estrelinha para pôr no caderninho, e nota de Bom!
E se tiver muitas estrelinhas, ao fim de um tempo? — Ah, dá-se um Muito Bom, por duas ou três estrelinhas.
Atão e se as notas dos meninos forem, em média, superiores a 14 (por exemplo…)? — Pimba, Excelente! — Duas ou três estrelinhas, e notas catitas, superiores a 14?: chelente! Sem tirar nem pôr!
Isto parece idiota? É bem capaz de o ser, mas vou pensando em voz alta: vimos que havia um currículo nacional, e os programas de aplicação; vimos que os professores ensinavam isso aos meninos; vimos que havia avaliações exigentes, e notas espampanantes no fim. Quem foi lindo? Os meninos, que aprenderam bem a lição, trabalharam—esforçaram-se? Sim. E o menino docente, que deu ao coco para passar a mensagem? Também.
Excelente, para os meninos todos.
De há uns anos a esta parte brinca-se às avaliações: ele são as avaliações ditas formativas (conhecidas muito antes da Idade Média por mestres medianamente espertos, numa altura em que quem dissesse «ciências da educação» levava imediatamente um estalo para não dizer impropérios); ele são as avaliações ditas por pares (menos más: o que serão as avaliações por ímpares — só dão 19?); eles são as avaliações ditas em exercício (contrapõem-se a avaliações em perfeita imobilidade—ou Zen); ele são as avaliações ditas justas (são as boas: as outras são injustas); ele, dito ele, vai parar aqui porque já vê Leitores a bocejar!"

para ler a continuação... aqui.

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