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terça-feira, 2 de junho de 2015

a actualidade do dia-a-dia, numa visão pessoal do jornalista...!

Bom dia, já leu o Expresso Curto Bom dia, este é o seu Expresso Curto
Bernardo Ferrão
Por Bernardo Ferrão
Editor
 
2 de Junho de 2015
 

A coligação ligou os motores. Há promessas, turbulência e uma aterragem forçada 


Ponham os cintos de segurança

O avião militar que transporta Passos Coelho e comitiva, na visita oficial à Madeira, levanta voo daqui a poucas horas. Do Funchal a Porto Santo a viagem é curta. Às 3 da tarde, o primeiro-ministro e o “amigo” Miguel Albuquerque aterram na ilha da praia dourada, onde se conclui o segundo e último dia de visita. E onde Alberto João Jardim tanto gosta de passar férias. Aliás, para o ex-líder madeirense, com quem as relações sempre foram tensas – Passos ainda tentou reescrever a história negando que “existisse qualquer mau relacionamento”-, o PM deixou um recado: “Foi a primeira vez que houve um convite para uma visita oficial”. E outro: Os jardinistas, como Guilherme Silva, saem das listas para as legislativas. Mas mais do que recados, Passos queria deixar boas notícias (ou promessas, se o leitor preferir) aos eleitores madeirenses. E não foram poucas: viagens mais baratas entre a Madeira e o continente, um concurso internacional para um novo ferry, 43 milhões de euros do Fundo de Coesão Regional e, last but not least, a disponibilidade para renegociar os prazos dos empréstimos à região. O leitor perguntará: Porquê tanta folga? Bem, além da mudança de Governo (Passos e Albuquerque tem uma “relação particular e até de amizade”), há outras hipóteses de resposta: a)eleições; b)eleições e c)eleições. O Juntos Pelo Povo, a força política que surpreendeu nas últimas regionais, acertou à primeira: "O primeiro-ministro encontra-se em campanha eleitoral. Medidas concretas e compromissos, nada. Só promessas, por enquanto".

Cuidado: zona de turbulência

Quarta-feira, 18h30 (a SIC avançou dia e hora em primeira mão), o país sobrevoa as linhas programáticas da coligação. Uma mão cheia (ou duas, ou três…) de ideias para o futuro, que se transformam em programa lá para o fim do mês. “Creio que era muito importante que todos os portugueses, quando fossem de férias neste verão, tivessem uma noção das perspetivas que cada força partidária oferece”, disse Passos. E o que vem lá? Bem, o que se sabe é o que não vem. Tal como o Expresso escreveu este fim de semana, PSD/CDS não avançam com propostas para a Segurança Social, um tema que marcará a fundo a campanha e sem entendimentos possíveis – O Henrique Monteiro escreveu sobre esta falta de acordo em “Teoria geral sobre como enganar eleitores”. Ainda assim este avanço é relevante porque mostra que PSD e CDS perceberam que têm de começar a fazer marcação cerrada ao programa socialista que será conhecido no fim de semana, na Convenção Nacional. Passos e Portas farão campanha juntos, para mostrar coesão e evitar desafinações. E logo se verá se no encontro de quarta-feira é anunciado o nome da coligação. A ideia é recuperar a sigla AD: Ação Democrática?

Aterragem forçada…

No fim de semana, as presidenciais voltaram ao radar. Mas a coligação rapidamente lhes desviou a rota para outubro. Mas não foi suficiente. Rui Rio teve de vir carregar a fundo nos travões. Por agora. "Ao contrário do que foi noticiado, não decidi nada relativamente às eleições presidenciais, pelo que, a notícia em causa, não só me é totalmente alheia, como também não tem qualquer fundamento." O ex-autarca do Porto desmentia assim a notícia da SIC que o dava como candidato a Belém com anúncio em junho. A verdade é que Rio demorou (ou precisou de) três dias para negar uma notícia de sexta-feira. Será que quis perceber as reações do mundo político (e não só) à sua suposta candidatura naqueles prazos? Se foi isso, o teste não lhe correu bem. E para não deitar tudo a perder, o portuense viu-se obrigado a uma aterragem de emergência. Com todos os danos que ela implica. Nos microfones da Renascença, Morais Sarmento, próximo de Rio, diz que foi tudo uma invenção da comunicação social. Marcelo discorda:"Rio veio confirmar dizendo que que para já não há novidade. Ou seja, deixa em aberto essa possibilidade". 


OUTRAS NOTÍCIAS
A noite foi de reunião de emergência para salvar a Grécia, mas sem resultados. No “encontro da meia-noite” em Berlim, que juntou Merkel, Hollande, Juncker, Lagarde e Draghi, foi acordado que é preciso intensificar as conversações com Atenas.

Na China, um navio com 458 pessoas a bordo naufragou. Até ao momento foram resgatadas apenas 12 pessoas. Várias equipas de resgate estão no local.

Más notícias para a Uber em Portugal. A aplicação ainda funciona, mas o acesso ao site da empresa está indisponível para quem utilizar os serviços das três principais operadoras em Portugal. A Uber está acusada de não estar licenciada para realizar transporte público de passageiros. Perceba toda a história neste artigo.

Proença de Carvalho deixou por completo a defesa de José Sócrates. A notícia é do Público que conta que a iniciativa partiu do próprio advogado e que o seu afastamento não está relacionado com o caso “Operação Marquês”.

Ainda no Público: Inquérito sobre a lista VIP foi conduzido por ex-adjunta das Finanças. Ou seja, a investigação foi coordenada por um ex-membro do gabinete do mesmo ministério das Finanças de que Núncio faz parte. As Finanças negam conflito de interesses.

Sabe quem é Caitlyn Jenner? É a nova identidade do antigo campeão olímpico e padrasto das Kardashian, Bruce Jenner (aqui quando ganhou o ouro. E aqui quando revelou que se sentia uma mulher). Caitlyn faz a capa da próxima “Vanity Fair”. E assim que a notícia foi dada, a sua conta do Twitter atingiu um recorde mundial: um milhão de seguidores em apenas quatro horas. O Expresso conta-lhe tudo neste artigo. E no Washington Post pode ver o vídeo da transformação.

Aqui ao lado em Espanha também fez furor a primeira autorização de saída da prisão da famosa cantora Isabel Pantoja. Foi condenada a dois anos de cadeia por branqueamento de capitais, mas como já cumpriu um quarto da pena pode sair durante 4 dias.

O Supremo Tribunal dos EUA decidiu a favor de uma mulher muçulmana que processou a conhecida marca de vestuário Abercrombie & Fitch. A história é simples: a mulher queria trabalhar na loja da A&F em Tulsa, mas o emprego foi recusado porque usava o tradicional lenço na cabeça. A empresa diz que está a avaliar os próximos passos.

O tenista espanhol Rafael Nadal garantiu a qualificação para os quartos-de-final no torneio de Roland Garros, em Paris, ao derrotar o norte-americano Jack Sock. Nadal vai agora defrontar o sérvio Novak Djokovic, número um mundial 


FRASES
“Impor um Governo de maioria não resulta da Constituição”, António Costa, líder do PS, em entrevista ao JN.

"Eu não quero a minha cara em outdoors”, Sampaio da Nóvoa, candidato à Presidência da República.

“O PCP também nunca disse que o governo patriótico e de esquerda que defende vai ser constituído só pelo PCP”, João Ferreira, PCP, ao Jornal I

“Cascais mostrou interesse em gerir o autódromo”, Emídio Guerreiro, Sec. de Estado do Desporto, ao Económico.


O QUE ANDO A LER
Domingo fui à Feira do Livro. E recomendaram-me o último livro de Teresa Veiga: “Gente melancolicamente Louca”. Após sete anos sem publicar, a autora regressa com uma nova coletânea de contos, um género onde se notabilizou e foi premiada. Pouco se sabe sobre a autora, Teresa Veiga será o pseudónimo literário de uma antiga conservadora do Registo Civil como se explica neste artigo da Sábado. Aqui, no Expresso, António Guerreiro, fala dela como a “mais genial contista da literatura portuguesa contemporânea”. No DN, Pedro Mexia referiu que os “seus textos mostram como consegue romper as categorias estabelecidas dos modelos ficcionais.” E no Público: “Teresa Veiga (n. 1945) permanece um dos mistérios mais bem guardados da literatura portuguesa. Publica há 35 anos, desde 1980, quando saiu Jacobo e Outras Histórias, mas recusa promover os seus livros.” Estou no terceiro conto (“A morte do cisne”) e a gostar bastante. Escrita clara e fluida. E boas histórias. Teresa Veiga é publicada (pela primeira vez) pela Tinta da China.

Boas leituras.

Por hoje é tudo.

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