Nóvoa: “Ficou mais clara do que nunca a urgência desta candidatura”
"Depois de vários rumores sobre a sua
desistência, o candidato a Belém garante que reúne “as condições
necessárias ao sucesso”.
A sala estava cheia de jornalistas, mas a curta declaração de António
Sampaio da Nóvoa não deu lugar a uma conferência de imprensa. Foi
apenas uma comunicação de três páginas com um objectivo óbvio: desmentir
os vários rumores postos a circular (por adversários, dizem alguns
apoiantes de Nóvoa) de que se preparava para desistir da candidatura
presidencial que apresentou há cinco meses.
Nóvoa começou por explicar que foi por “respeito institucional” que
só agora decidiu comentar os resultados das legislativas, e após a
comunicação de Cavaco Silva. “Eu teria agido de modo diferente”,
garantiu, à medida que apresentava a sua diferente leitura da
intervenção que um Presidente da República deve fazer, perante um
resultado eleitoral como o do passado domingo: “Numa democracia
parlamentar nenhum partido representado na Assembleia da República deve
ser colocado, ou deve colocar-se, imediatamente, à margem das soluções
de governação. Não há partidos, nem cidadãos, de primeira ou de segunda.
Todos os votos têm a mesma legitimidade.”
Para Sampaio da Nóvoa,
os resultados das legislativas mostram que “os portugueses manifestaram a
vontade de, prudentemente, virar a página da austeridade” e um “desejo
de continuidade na relação com a Europa, ainda que com o reforço da
nossa autonomia”.
Com esta leitura, Nóvoa vai ao encontro ao
principal debate que existe dentro dos partidos, a propósito das
soluções governativas, mantendo todas as hipóteses em aberto. “Tendo em
conta os resultados das eleições legislativas, ficou mais claro do que
nunca a urgência desta candidatura”, afirmou. "Faz falta um Presidente
da República que seja capaz de representar todos os portugueses, que não
esteja refém de interesses particulares ou de lógicas partidárias".
“Nos
últimos dias tenho vindo a receber palavras de incentivo de todo o
país, de independentes e de militantes e simpatizantes de todos os
partidos”, avançou.
Mas a questão que pairou sobre a sua
candidatura nos últimos dias – a decisão do PS de não apoiar ninguém à
primeira volta – não ficou sem resposta. “Porque agora é que é mesmo
necessária uma candidatura independente, um Presidente que interprete,
com isenção a vontade popular.” O antigo reitor acrescentou que não
esperou pelo apoio de nenhum partido para lançar a sua candidatura. “Não
estou dependente de nada, nem de ninguém, apenas dos portugueses.”
Ao
lado de Sampaio da Nóvoa estão, desde o início, os três antigos
Presidentes Ramalho Eanes, Jorge Sampaio e Mário Soares, cujo “exemplo” o
candidato diz seguir.
E clarificando o seu posicionamento
político, defendeu: “A minha fronteira não é entre esquerda e direita, é
entre aqueles que estão ao serviço da República e aqueles que dela se
querem servir.” "
no público em linha, onde pode ler o resto da notícia...
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