no expresso diário...
"O ministro da Educação já tinha avisado que a prova de
avaliação de conhecimentos para professores contratados ia ser retomada
em “tempo oportuno” e esta quinta-feira informou que o teste que
milhares de docentes não conseguiram realizar em dezembro do ano
passado, por causa da greve e dos protestos então ocorridos, será
repetido a 22 de julho, ou seja, daqui a cinco dias.
Ao todo, são cerca de quatro mil os que foram
objetivamente impedidos de fazer a componente geral da prova, revelou ao
Expresso o secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário. De
acordo com João Grancho, todos estes professores já foram informados da
nova data e escola onde vão realizar o teste, obrigatório para quem tem
menos de cinco anos de serviço e queira dar aulas.
As provas feitas em dezembro por cerca de oito mil
docentes já estão corrigidas e as que se realizam na terça-feira também
serão vistas rapidamente, para que as classificações possam ter efeitos
no concurso de professores para o próximo ano letivo.
A urgência do calendário fez ainda com que o ministério
tomasse a decisão de não realizar este ano letivo a componente
específica da prova, que testaria os conhecimentos dos professores nas
áreas que lecionam. “Essa possibilidade já estava prevista no despacho
que regula a prova de avaliação de conhecimentos e foi essa a decisão
que tomámos agora”, explica João Grancho.
“Acreditamos que tudo vai decorrer com normalidade. A
questão da alegada ilegalidade da prova está ultrapassada porque os
tribunais já se pronunciaram em sentido contrário. A repetição serve
para salvaguardar os direitos dos que não conseguiram realizá-la.
Estamos a falar de professores e não vejo que um colega vá impedir a
realização da prova e fazer assim com que um candidato não seja
contratado ou não consiga a vinculação”, afirma o secretário de Estado.
Quanto à data, João Grancho diz que se pretendeu evitar
que a prova se realizasse ao mesmo tempo que a segunda fase dos exames
nacionais, que termina na próxima segunda-feira.
ALGUNS PROFESSORES JÁ ESTÃO DE FÉRIAS
A prova foi instituída em 2007, mas foi só com o atual
Governo que foi regulamentada e aplicada, gerando grande contestação
entre os professores.
A marcação desta data, com “apenas três dias úteis de
diferença” motiva uma “indignação total”. “É um total desrespeito pela
classe e é uma sacanice para as escolas, para os professores e para as
suas famílias”, critica César Paulo, da Associação Nacional de
Professores Contratados (ANPC). “Muitos estão agora a gozar uns dias de
férias porque os seus contratos terminaram entretanto”, avisa.
O dirigente da ANPC confirma que os professores
começaram a ser avisados esta manhã por email, numa pressa que, para
César Paulo, mostra a “desvalorização” que a própria tutela faz da
prova. E a decisão de não incluir este ano a componente científica - “a
única que poderia servir para avaliar os professores de alguma forma, já
que a componente geral não tem nada a ver com o que é ser-se bom ou mau
professor”- reforça-o, acrescenta o dirigente da associação."
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