Arlindo Ferreira, autor do blogue DeArLindo e dirigente da Federação Nacional de Educação, admite que os professores "deixaram de acreditar nas acções de rua". Aponta, contudo, outra razão para a desmobilização: "As medidas que estão a ser adoptadas pelo ministério não se dirigem a todos os docentes de idêntica forma". O exemplo mais evidente, sustenta, é o dos professores contratados, que estão em risco de não ter lugar nas escolas no próximo ano lectivo. "Sendo os que mais razões têm para lutar, quase desistiram de o fazer e, em muitos casos, já se encontram de "malas feitas" para abandonar o país ou a profissão docente", indica.
Apesar de ser dirigente do Sindicato dos Professores do Norte, afecto à Fenprof, João Paulo Silva, um dos autores do blogue Aventar, partilha algumas das críticas feitas à actuação dos sindicatos, mas acrescenta outra pista: "A maioria dos professores votou neste Governo, o que agora funciona como uma condicionante. Sentem que, de alguma forma, têm responsabilidades na situação". A propósito, o professor lembra que o actual ministro Nuno Crato "foi muito bem recebido" pelos profissionais.
Paulo Guinote, autor do blogue A Educação do Meu Umbigo, aponta também "os poucos resultados" alcançados com as manifestações de 2008/09 como uma das razões para a desmobilização docente. E junta-lhe outros factores. "O medo, que voltou a estar presente, passando por questões de pura sobrevivência profissional que potencia atitudes ultradefensivas e a espera que alguém resolva o problema com um passe de mágica". Foi o que constatou, por exemplo, com muitas das reacções à recente reunião de autores e colaboradores dos principais seis blogues de docentes, realizada a convite de Nuno Domingues."
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