Reflectir sobre as matérias abordadas na disciplina de Técnicas e
Dinâmicas de Grupo, levou-me à eliminação de algumas delas, para a
elaboração deste trabalho, não por ser menos importantes, mas porque na
minha pratica diária e da percepção que eu tenho delas, muito das minhas
dificuldades reside na resolução de problemas interpessoais e não em
questões técnicas especificas das disciplinas a ministrar, como por
exemplo preparação das aulas, objectivos a atingir ou avaliar o trabalho
realizado. Pela importância que algumas matérias despertaram na minha
actividade e que tiveram um factor positivo na tomada de decisões em
situações de conflito, decidi abordar as questões relacionadas com a
liderança pessoal.
Segundo Lin Bothwell em “A Arte da Liderança”, grande parte dos bons líderes são pessoas com um desejo comum: aprender e aperfeiçoar-se, ou seja, é possível a qualquer pessoa crescer e melhorar a sua capacidade interagir com os outros . Sito ainda duas qualidades, que o mesmo autor considera como distinção dos verdadeiros líderes, a vontade de concretizar os seus sonhos e a capacidade de os concretizar na acção, inspirando os outros a agirem. Ora, para se ser um bom líder não basta conhecer as teorias da liderança, é necessário que o indivíduo se conheça a si mesmo.
O Professor enquanto líder na sala de aula deve ter consciência e capacidade de gerir as suas emoções, para que possa utiliza-las em seu beneficio e dos alunos. Para que isso aconteça, o Professor deve aprender a gerir a as suas emoções, reconhecer que a relação com os outros exige de si a gestão da sua liderança. Muitas vezes os debates sobre a liderança está centrado no comportamento dos outros, mas quando falamos do uso da Inteligência Emocional é necessário referir a liderança do “eu”, assim afirma Randi B. Noyes. Considera ainda que: “Os grandes líderes têm a capacidade não só de se relacionarem e de criarem empatia com as emoções de outros, mas também de reconhecerem e de gerirem as suas próprias emoções de uma forma intencional e construtiva.”
A inteligência interpessoal é aquela que nos habilita para o relacionamento com as outras pessoas e a inteligência intrapessoal aquela que nos permite o conhecimento de nós próprios, que Daniel Goleman inclui nas categorias da Inteligência Emocional. Mas a descoberta do nosso interior e na relação com os outros, não é exactamente uma tarefa fácil, pois nem todas as dimensões da nossa personalidade nos é revelada, tal como outras não conseguem mostrar-se aos outros. Dizia o filósofo grego Teles: “O mais difícil é conhecermo-nos a nós próprios”. Somos um mistério para cada um de nós e para os outros (cito). O professor ao aprofundar o auto conhecimento, terá maior capacidade de fortalecer a sua auto-estima e ganhar maior confiança nas suas capacidades de gestão e orientação da sala de aula. O crescimento pessoal tem também uma dose de sofrimento, pois tomarmos consciência das nossas “fragilidades” pessoais e analisarmos as nossas emoções e sentimentos, conduzindo-nos à mudança, altera-nos a percepção do quotidiano na relação com os outros. Mas este crescimento vai ajudar-nos nas tomadas de decisão, permitindo-nos ser activos e responsáveis tal como se pretende dum líder.
Muito se fala da importância de um professor, aquele que ensina, que educa, que forma, que instruí, que orienta e muito pouco aquele que ama. Quando o professor age com amor ouve e compreende o aluno de maneira diferente. Ao amor opõem-se a violência, o medo, a angustia e todas as energias negativas que muita das vezes, impede que o aluno seja um agente participativo e activo nas suas aprendizagens. O líder que ama dá e recebe com mais facilidade, elogia o aluno com honestidade criando efeitos positivos na relação professor / aluno permitindo um bom desempenho nas actividades lectivas, mas isso não significa que não intervenha nas falhas graves repreendendo com firmeza e serenidade. Deve fazê-lo oportunamente, com justiça, explicando ao aluno os motivos do seu erro, permitindo e dando atenção às explicações daquele que errou. O professor não deve cair na tentação de criticar e repreender com frequência, pois provoca um desgaste emocional nas relações com os seus subordinados. Os alunos estão numa caminhada para a sua formação pessoal e se forem submetido com frequência à repreensão, vai criar uma sensação de medo em assumir responsabilidades, produzindo desânimo e minimizando a auto-confiança de que tanto precisa.
O professor enquanto comunicador tem a obrigação de escutar, pois a comunicação faz-se nos dois sentidos. Essa escuta deve ser activa e consciente, analisando as palavras do aluno, sem formular juízos de valor. Esta capacidade de escuta activa, nem sempre está acessível ao professor, ele tem que ganhar consciência e conhecimento para poder trabalhar esta competência na sua actividade diária, em favor da educação e dos alunos. Nesta educação comunicacional devemos ter consciência dos nossos sentimentos e emoções para podermos exprimir as nossas palavras com inteligência, sentindo que o aluno nos compreendeu, e agir empaticamente com ele, para que seja possível o reverso do lado do aluno, solicitando desta forma a capacidade empática do mesmo. Criar e desenvolver competências comunicacionais é o que todos desejamos, ou seja, o de sermos compreendidos. Se o professor for capaz de gerar este efeito, está a criar um ambiente de bem estar na sala de aula, permitindo um espaço de confiança para a aprendizagem e um ambiente amigável para o exercício da sua liderança.
Porto, Maio de 2009
José Maria Calisto Gomes
Bibliografia:
Bothwell, Lin – A Arte da Liderança. Editorial Presença, 1991
Noyes, Randi B. – A Arte da Liderança Pessoal. 2.ª ed. Actual Editora, 2006
Ibaixe, Carmensita S. B.; Solanowski, Marly; e – Preparando Aulas. Madras Editora, São Paulo 2006
Estanqueiro, António - Saber Lidar com as Pessoas. 15.ª ed. Editorial Presença, 2008
Pérez, Juan F. Bou – Coaching para Docentes. Porto Editora, 2009
Segundo Lin Bothwell em “A Arte da Liderança”, grande parte dos bons líderes são pessoas com um desejo comum: aprender e aperfeiçoar-se, ou seja, é possível a qualquer pessoa crescer e melhorar a sua capacidade interagir com os outros . Sito ainda duas qualidades, que o mesmo autor considera como distinção dos verdadeiros líderes, a vontade de concretizar os seus sonhos e a capacidade de os concretizar na acção, inspirando os outros a agirem. Ora, para se ser um bom líder não basta conhecer as teorias da liderança, é necessário que o indivíduo se conheça a si mesmo.
O Professor enquanto líder na sala de aula deve ter consciência e capacidade de gerir as suas emoções, para que possa utiliza-las em seu beneficio e dos alunos. Para que isso aconteça, o Professor deve aprender a gerir a as suas emoções, reconhecer que a relação com os outros exige de si a gestão da sua liderança. Muitas vezes os debates sobre a liderança está centrado no comportamento dos outros, mas quando falamos do uso da Inteligência Emocional é necessário referir a liderança do “eu”, assim afirma Randi B. Noyes. Considera ainda que: “Os grandes líderes têm a capacidade não só de se relacionarem e de criarem empatia com as emoções de outros, mas também de reconhecerem e de gerirem as suas próprias emoções de uma forma intencional e construtiva.”
A inteligência interpessoal é aquela que nos habilita para o relacionamento com as outras pessoas e a inteligência intrapessoal aquela que nos permite o conhecimento de nós próprios, que Daniel Goleman inclui nas categorias da Inteligência Emocional. Mas a descoberta do nosso interior e na relação com os outros, não é exactamente uma tarefa fácil, pois nem todas as dimensões da nossa personalidade nos é revelada, tal como outras não conseguem mostrar-se aos outros. Dizia o filósofo grego Teles: “O mais difícil é conhecermo-nos a nós próprios”. Somos um mistério para cada um de nós e para os outros (cito). O professor ao aprofundar o auto conhecimento, terá maior capacidade de fortalecer a sua auto-estima e ganhar maior confiança nas suas capacidades de gestão e orientação da sala de aula. O crescimento pessoal tem também uma dose de sofrimento, pois tomarmos consciência das nossas “fragilidades” pessoais e analisarmos as nossas emoções e sentimentos, conduzindo-nos à mudança, altera-nos a percepção do quotidiano na relação com os outros. Mas este crescimento vai ajudar-nos nas tomadas de decisão, permitindo-nos ser activos e responsáveis tal como se pretende dum líder.
Muito se fala da importância de um professor, aquele que ensina, que educa, que forma, que instruí, que orienta e muito pouco aquele que ama. Quando o professor age com amor ouve e compreende o aluno de maneira diferente. Ao amor opõem-se a violência, o medo, a angustia e todas as energias negativas que muita das vezes, impede que o aluno seja um agente participativo e activo nas suas aprendizagens. O líder que ama dá e recebe com mais facilidade, elogia o aluno com honestidade criando efeitos positivos na relação professor / aluno permitindo um bom desempenho nas actividades lectivas, mas isso não significa que não intervenha nas falhas graves repreendendo com firmeza e serenidade. Deve fazê-lo oportunamente, com justiça, explicando ao aluno os motivos do seu erro, permitindo e dando atenção às explicações daquele que errou. O professor não deve cair na tentação de criticar e repreender com frequência, pois provoca um desgaste emocional nas relações com os seus subordinados. Os alunos estão numa caminhada para a sua formação pessoal e se forem submetido com frequência à repreensão, vai criar uma sensação de medo em assumir responsabilidades, produzindo desânimo e minimizando a auto-confiança de que tanto precisa.
O professor enquanto comunicador tem a obrigação de escutar, pois a comunicação faz-se nos dois sentidos. Essa escuta deve ser activa e consciente, analisando as palavras do aluno, sem formular juízos de valor. Esta capacidade de escuta activa, nem sempre está acessível ao professor, ele tem que ganhar consciência e conhecimento para poder trabalhar esta competência na sua actividade diária, em favor da educação e dos alunos. Nesta educação comunicacional devemos ter consciência dos nossos sentimentos e emoções para podermos exprimir as nossas palavras com inteligência, sentindo que o aluno nos compreendeu, e agir empaticamente com ele, para que seja possível o reverso do lado do aluno, solicitando desta forma a capacidade empática do mesmo. Criar e desenvolver competências comunicacionais é o que todos desejamos, ou seja, o de sermos compreendidos. Se o professor for capaz de gerar este efeito, está a criar um ambiente de bem estar na sala de aula, permitindo um espaço de confiança para a aprendizagem e um ambiente amigável para o exercício da sua liderança.
Porto, Maio de 2009
José Maria Calisto Gomes
Bibliografia:
Bothwell, Lin – A Arte da Liderança. Editorial Presença, 1991
Noyes, Randi B. – A Arte da Liderança Pessoal. 2.ª ed. Actual Editora, 2006
Ibaixe, Carmensita S. B.; Solanowski, Marly; e – Preparando Aulas. Madras Editora, São Paulo 2006
Estanqueiro, António - Saber Lidar com as Pessoas. 15.ª ed. Editorial Presença, 2008
Pérez, Juan F. Bou – Coaching para Docentes. Porto Editora, 2009
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