"O presidente demissionário da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino
Superior (CNAES) Virgílio Meira Soares justificou hoje a sua demissão
com a "falta de lealdade" do Governo para com os cidadãos e ele próprio.
"Acho
que o Governo não é leal para os cidadãos e, portanto, para mim. Não há
condições para manter a confiança profissional no Governo", declarou à
agência Lusa, contestando os cortes nos rendimentos das pessoas -
incluindo os aposentados como ele - que, a seu ver, não são feitos de
forma equitativa.
"Não sinto condições para continuar a trabalhar
com quem não é leal comigo, porque pode levar-me a não ser leal",
acrescentou, sustentando que a "falta de lealdade não cria confiança" e
que a política de austeridade do Governo "fomenta uma guerra civil entre
[beneficiários] privados e públicos, entre velhos e novos".
Segundo
Meira Soares, "os aposentados estão a ser tratados como cidadãos de
segunda", devido aos sucessivos cortes anunciados pelo Governo nas
pensões.
O ex-secretário de Estado do Ensino Superior e ex-reitor
da Universidade de Lisboa esclareceu que se reformou em 2011, pelo que,
desde essa altura, conforme previsto na lei, não recebia qualquer
remuneração enquanto presidente da CNAES, cargo nomeado pelo Conselho de
Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP).
Meira Soares adiantou que apresentou ao CRUP a sua demissão no início da semana, por correio eletrónico.
Jorge
Araújo, outro dos representantes da CNAES indicado pelo CRUP também
apresentou a sua demissão ao Conselho de Reitores na mesma altura,
indicou Meira Soares.
A Lusa procurou, sem sucesso até ao
momento, uma reação do presidente do CRUP, António Rendas, à demissão do
presidente da CNAES e saber quem vai substituir Meira Soares, bem como
Jorge Araújo."
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