"Cobaias do poder político, alunos e professores vagueiam entre o facilitismo e a extrema dificuldade.
Peões de um ensino nem sempre apontado ao que
realmente importa - a educação e o futuro -, são intervenientes de um
jogo cujas regras mudam consoante o árbitro eleito nas urnas.
Noventa
e dois mil alunos tiveram nota negativa a Matemática nos exames
nacionais do Ensino Básico. A quem é atribuída a responsabilidade? Às
crianças por não estudarem, aos professores por não saberem ensinar ou a
quem idealizou as provas? A resposta não é clara. Evidente é que as
mudanças governativas representam sempre alterações abruptas na política
do Ensino, com tudo o que isso implica.
O
executivo socialista ouviu críticas pela facilidade das provas, o
protesto em relação ao actual vai no sentido oposto; clama-se agora
contra a dificuldade imposta por um Ministério que pretende um corte com
o passado. De uma forma genérica, acontece aos governos anularem o que
foi feito pelos anteriores, obrigando a reformulações constantes, muitas
vezes só porque sim. Apanhados no meio, alunos, pais e professores são
verdadeiros zeros à esquerda nesta difícil equação."
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