"A segunda objecção da Sara é que se libertarmos o ensino, colocando nas
mãos dos próprios professores e escolas a responsabilidade última pelo
que ensinam e como ensinam, será uma desgraça — porque, como ela afirma,
numa situação de plena liberdade, os professores e as escolas “depressa
esquecem a imparcialidade, a exigência e a transparência, acabando, em
muitos casos, por ceder aos interesses, ao poder e ao amiguismo”. Eu
concordo que isso acontece; e acontece por duas razões. Primeiro, falta
de profissionalismo; a ética profissional não é algo que seja cultivado
no país. Nos mais diversos sectores — dos jornalistas aos advogados, dos
médicos aos políticos, dos professores aos taxistas — não existe apreço
pelo profissionalismo, pelo brio profissional de desempenhar o melhor
possível a nossa profissão. Isto é de tal modo assim que quem defende o
que na realidade é apenas o profissionalismo dos professores tem
tendência para dizer que os professores não podem ser meros
profissionais, têm de ter uma vocação ou de responder a uma chamada
mística. Isto é curioso, pois mostra até que ponto não se tem ideia
alguma do que é uma sociedade que preza o profissionalismo nas suas mais
diversas áreas.
Porém, a resposta à corrupção não é centralismo. Tudo o que o centralismo faz é tornar a corrupção nacional. A partir do momento em que há estruturas estatais centrais, as pessoas mais corruptas vão fazer tudo para controlar essas estruturas; pessoas que jamais teriam interessem em participar numa associação profissional voluntária e livre que pugnasse pela excelência do ensino da sua própria área, lutam ferozmente para ter poder junto do Ministério. A ilusão de quem defende o centralismo para combater a corrupção e o compadrio é pensar que, pelo facto de as estruturas e decisões serem nacionais e estatais, não serão corruptas. Mas isto é delirar: se a mentalidade nacional é profundamente corrupta, não deixa de o ser quando se torna estatal, central e nacional."
Porém, a resposta à corrupção não é centralismo. Tudo o que o centralismo faz é tornar a corrupção nacional. A partir do momento em que há estruturas estatais centrais, as pessoas mais corruptas vão fazer tudo para controlar essas estruturas; pessoas que jamais teriam interessem em participar numa associação profissional voluntária e livre que pugnasse pela excelência do ensino da sua própria área, lutam ferozmente para ter poder junto do Ministério. A ilusão de quem defende o centralismo para combater a corrupção e o compadrio é pensar que, pelo facto de as estruturas e decisões serem nacionais e estatais, não serão corruptas. Mas isto é delirar: se a mentalidade nacional é profundamente corrupta, não deixa de o ser quando se torna estatal, central e nacional."
para continuara a ler...aqui.
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