"2. No passado dia 13 de Abril, saiu um despacho do Ministério da Educação e Ciência (Despacho n.º 5106-A/2012) que, discretamente, no meio de uma parafernália de revogações, de republicações e de novas redações, anuncia a reabertura das matrículas para os cursos científico-humanísticos do ensino recorrente. Aquilo que nunca deveria ter sido extinto vai regressar (e foi extinto porque, mais uma vez, a ideologia se sobrepôs ao conhecimento da realidade e porque, mais uma vez, não houve uma avaliação rigorosa que fundamentasse a decisão tomada) — recorde-se que estes cursos foram estranhamente substituídos pelos cursos EFA das Novas Oportunidades.
Este regresso é uma boa medida, ainda que manchada pela obrigatoriedade de definir como 30 o número mínimo de alunos para a abertura de uma turma. E de acrescentar que, se no decurso do ano mais de 5 alunos desistirem, a turma se extingue, podendo os alunos ser transferidos para outra escola. Isto constitui uma grosseira falta de respeito pelas pessoas que, a meio do ano lectivo, podem ver o seu esforço posto em causa, por motivos a que são completamente alheios (a desistência de colegas seus). Obrigar os alunos a mudar de professores e de escola a meio do ano lectivo constitui, para além de uma violentação psicológica, uma monstruosidade pedagógica. Só a insensibilidade e a agnosia podem explicar esta norma.
Os cursos do ensino recorrente nunca deveriam ter sido substituídos pelos cursos EFA. São cursos com objectivos muito diferentes, desde logo, porque os primeiros capacitam para o prosseguimento de estudos superiores e os segundos não (mas até neste ponto os formandos dos cursos EFA foram iludidos). Parece ser óbvio que os dois modelos devem coexistir, mas ambos com reformulações sérias."
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