"Quando a Direção-Geral do
Ensino Secundário me convidou para orientar uma sessão de formação de
professores, eu tomei as minhas precauções, a principal das quais era a
de não apresentar, previamente, um plano da sessão. E, o que, até aí,
nunca tinha levantado problemas, passou a levantá-los, pois, agora, as
sessões obedeciam a uma formatação bem definida, em que objetivos,
conteúdos e atividades tinham de vir devidamente discriminados. Achei
graça e não pude deixar de comentar: 'Então foi para isto que eu andei a
pregar os grandes princípios da organização curricular... Para me
tramar...' Mas acabámos por chegar a acordo: no final da sessão, eu
escreveria uma síntese do acontecido.
Às duas da tarde do dia aprazado, lá estava eu na escola secundária de Lisboa, onde ia decorrer a ação de formação - sem ter tido tempo para almoçar, tão intenso tinha sido o meu trabalho burocrático, nessa manhã. Quarenta, quarenta e cinco pessoas na sala, ou a entrarem aos bocadinhos... Com cuidado, fui-lhes dizendo que iríamos conversar sobre os assuntos que eles quisessem. Que me pusessem problemas, dificuldades, enfim, temas que gostassem de discutir. Portanto, não via qualquer vantagem em tomarem notas do que eu estava a dizer, como já estavam a fazer. Eu é que teria de tomar notas, para lhes poder responder. Como ninguém se pronunciava (ou recolhia o 'material pedagógico'), lá fui debitando umas coisas, a ver se desbloqueava a situação. Alguns dos meus ouvintes, que já me conheciam, pousaram as canetas e aguardaram tranquilamente o desenrolar dos acontecimentos; outros, mais moços, continuaram a tomar os seus apontamentos e a olharem-me com alguma desconfiança. 'Para grandes males, grandes remédios' - disse eu. E continuei: 'Como parece que ninguém quer começar, eu vou pedir a um 'voluntário' que me diga...' Mas não concluí a frase."
Às duas da tarde do dia aprazado, lá estava eu na escola secundária de Lisboa, onde ia decorrer a ação de formação - sem ter tido tempo para almoçar, tão intenso tinha sido o meu trabalho burocrático, nessa manhã. Quarenta, quarenta e cinco pessoas na sala, ou a entrarem aos bocadinhos... Com cuidado, fui-lhes dizendo que iríamos conversar sobre os assuntos que eles quisessem. Que me pusessem problemas, dificuldades, enfim, temas que gostassem de discutir. Portanto, não via qualquer vantagem em tomarem notas do que eu estava a dizer, como já estavam a fazer. Eu é que teria de tomar notas, para lhes poder responder. Como ninguém se pronunciava (ou recolhia o 'material pedagógico'), lá fui debitando umas coisas, a ver se desbloqueava a situação. Alguns dos meus ouvintes, que já me conheciam, pousaram as canetas e aguardaram tranquilamente o desenrolar dos acontecimentos; outros, mais moços, continuaram a tomar os seus apontamentos e a olharem-me com alguma desconfiança. 'Para grandes males, grandes remédios' - disse eu. E continuei: 'Como parece que ninguém quer começar, eu vou pedir a um 'voluntário' que me diga...' Mas não concluí a frase."
para ler na íntegra... aqui.
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