"A actividade mais penalizada pelo Estado português é o trabalho. A
legislação trata o trabalhador como um criminoso. Ao mesmo tempo, o
Fisco castiga os empresários criadores de emprego. Neste cenário, as
empresas que criam e mantêm postos de trabalho constituem rara excepção.
O desemprego é a consequência inevitável.
Com o modelo vigente, um trabalhador que ganhe o
salário médio, cerca de 900 euros, recebe líquido cerca de 711 euros.
Isto porque tem de descontar 11% para a Segurança Social, para além duma
taxa aproximada de 10% de IRS. Os trabalhadores lamentam-se por receber
pouco. E têm razão.
Mas, para garantirem esse
salário, os patrões têm de dispor de mais do dobro. Aos 900 euros, a
empresa tem de acres-cer mais 23,75% de taxa social única, a que se vem
juntar 1% de seguro, perfazendo um total mensal de 1123 euros.
Se
nos lembrarmos ainda que o trabalhador recebe 14 meses e que tra-balha
apenas 11, este valor deve ser ponderado e já vamos em 1429 euros
mensais de encargos. Pagando um salário de 900 euros, os patrões
queixam-se de que pagam muito. E, tal como os seus colaboradores, também
têm razão.
Feitas as contas, o trabalhador recebe menos de metade do que a empresa gasta com ele. Absurdo!
Se
os patrões pagam muito e o trabalhador recebe pouco, para onde vai o
diferencial? Por um lado, para tentar equilibrar os fundos de uma
Segurança Social falida. E, por outro, para alimentar os vícios dum
Estado imenso, incompetente e corrupto.
Os últimos governos têm vindo a agravar esta situação, aumentando o esforço fiscal sobre os trabalhadores.
Quando
Pedro Passos Coelho anunciou a baixa da taxa social única parecia
querer inflectir este rumo. Mas esta foi afinal mais uma promessa não
cumprida.
Iremos pois continuar na senda dos salários de miséria e da falência de empresas.
Este
modelo fiscal persegue os trabalhadores e os empresários e serve apenas
os interesses da oligarquia minoritária que se alimenta da imen-sa
manjedoura que é o Orçamento do Estado."
aqui.
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