no observador...
"Quase metade dos alunos do 9.º ano que fez o teste diagnóstico de inglês Key for schools demonstrou
ter conhecimentos da língua inferiores aos exigidos no 7.º ano, segundo
o relatório publicado pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE),
organismo do Ministério da Educação e Ciência. Porém, 21% dos alunos
superou o nível esperado.
O teste foi concebido pelo Cambridge English Language Assessment,
organismo que pertence à Universidade de Cambridge, e pôde ser realizado
por alunos entres os 11 e os 17 anos, ou seja, para alunos do 6º ao 12º
ano de escolaridade. A obrigatoriedade era apenas para alunos do 9º.
Foi desenhado para um nível A2 – “Utilizador elementar que é capaz de
usar linguagem simples para comunicar sobre assuntos do quotidiano” -, o
que equivale, globalmente, aos conhecimentos que os estudantes
portugueses devem ter no 7.º ano de escolaridade.
Enquanto cerca de metade (47%) dos aluno de 9º ano não atingiu o
nível exigido para o 7º ano. Cerca de 32% atingiu o nível A2 e apenas
21% dos estudantes chegou ao nível B1 – “Utilizador independente que é
capaz de comunicar sobre assuntos simples do quotidiano”, que
corresponde aos conhecimentos exigidos para esta escolaridade em
Portugal.
Este teste dava acesso, mediante pedido, a um certificado
internacional. Dos alunos de 9º ano que pediram certificado, cerca de
90,7% conseguiu – a certificação é concedida a partir do nível A1
(“Utilizador elementar que é capaz de usar linguagem simples, com
ajuda”) -, dos quais 75,6% passaram com mérito (A2) ou com distinção
(B1) (pass with merit e pass with distinction). Dos alunos que não solicitaram o certificado, apenas 47,3% atingiu estes níveis.
Os alunos de outros anos de escolaridade que escolheram realizar o
exame – 3% entre o 6º e o 8º ano e 5% no ensino secundário – obtiveram
bons resultados. Mais de 75% dos alunos em ambos os grupos passaram com
mérito ou com distinção. O relatório acrescenta que estes alunos
solicitaram a “inscrição para a obtenção do certificado, condição que se
reflete positivamente nos resultados alcançados”.
Cerca de 101 mil alunos iniciaram os testes em abril, com a primeira
fase – a componente de leitura e escrita. Entre abril e junho foram
realizados testes para a componente de compreensão e produção oral. Cada
uma destas componentes conta 50% para a nota final.
O relatório reforça o desempenho positivo dos alunos na componente de leitura e escrita (Reading & Writing) e na de compreensão oral (Listening) devido à classificação de Exceptional – com um peso de 24% e de 29%, respetivamente. Na componente de produção oral (Speaking) grande parte dos alunos (48%) teve um desempenho médio (Borderline).
A Associação Portuguesa de Professores de Inglês (APPI) também se
congratula com a elaboração deste teste, embora reconheça que “os
resultados não foram excepcionalmente brilhantes”. Alberto Gaspar,
presidente da APPI, disse ao Observador que este teste “vai permitir
tirar conclusões” e que espera que os alunos possam continuar a ser
avaliados, considerando que para o ano, o teste deve ser “mais
exigente”.
“A APPI tem sido crítica, não de se avaliar o conhecimento dos alunos
em inglês, mas sim de não se ter aproveitado o ano letivo passado para
beneficiar a divulgação da iniciativa e a formação dos professores”,
refere Gaspar, sublinhando que a APPI recebeu queixas de professores
devido ao aumento da carga de trabalho por causa deste teste e devido à
desorganização dos vários agrupamentos escolares nesta atividade."
aqui.
Sem comentários:
Enviar um comentário