Vamos falar da Grécia. Vamos falar do Syriza, que ontem venceu as
eleições legislativas, e vamos falar de Alexis Tsipras, novo
primeiro-ministro. Vamos falar do medo de uns e da esperança de outros.
Vamos falar da Grécia. Vamos a isto.
Bom dia.
O Syriza venceu ontem as eleições gregas, tendo ficado muito próximo próximo do limiar da maioria absoluta.
“Pela primeira vez na história da União Europeiuma fa, orça políticdea protesto passa diretamente
e em meia dúzia de meses do extremo radical emque se situava para a
chefia do governo. A partir daqui, tudo é possível. Para Grécia e para a
Europa e os seus líderes.” A citação é de Teresa de Sousa, no Público, que o disse como poucos outros.
Bom, e agora? Para já, vale a pena ler o que defende o programa do partido. Foi o que fez o David Dinis no Observador, publicando uma análise que mostra
que o Syriza quer mais do que reestruturar a dívida pública: quer
reverter muitas medidas do memorando de entendimento com a troika,
repondo por exemplo salários, pensões e direitos nas leis laborais.
Para conhecer Alexis Tsipras, 40 anos, pode ler o perfil em que o Ricardo Costa explica
“uma das trajetórias mais rápidas e consistentes da política europeia,
assente no colapso da classe média, que deixou de ter representação
partidária e viu o Estado Social evaporar-se.” Em alternativa releia (ou
leia pela primeira vez) o artigo que o próprio Tsipras publicou no El Pais há duas semanas, e que nesta data tem uma outra luz: “A mudança na Europa começa no sul”, dizia ele. Pelos vistos, disse bem.
OUTRAS NOTÍCIAS
Depois da derrota do Porto frente ao Marítimo por 1-0 e da vitória do Sporting frente à académica, também por 1-0, o Benfica joga este noite em Paços de Ferreira. E ficará com uma vantagem histórica sobre o Porto se ganhar: nove pontos.
Um consultor externo , a Boston Consulting Group, vai avaliar a atuação do Banco de Portugal no caso BES. Fonte: Negócios.
Sócrates teve ontem romaria à porta da prisão de Évora. A Grândola
foi cantada. E um humorista provocou os presentes dizendo que Sócrates
devia ficar preso toda a vida. Se não fosse a presença da PSP as coisas
poderiam ter acabado mal. No Público.
A Bolsa portuguesa foi beneficiada pelo anúncio da "bazuca" do BCE, por
causa do euro fraco e por causa da queda do petróleo. Este ano, já ganha mais de 10%, diz o Negócios.
Entre 2008 e 2013, a crise atirou mais de 9 milhões de pessoas para o desemprego na União Europeia, noticia o DN.
O Japão está em choque com a chantagem jiadista. Depois de o
primeiro refém japonês já ter sido presumivelmente assassinado, o
segundo japonês está em risco. Reportagem da CNN
FRASES
“As eleições gregas vão aumentar a incerteza económica na Europa. É
por isso que o Reino Unido tem de agarrar-se ao seu plano, garantindo
segurança em casa”, David Cameron, no Twiter
“A Grécia não está sozinha. Devem ser cortadas pela raiz todas as
tentativas de isolar o novo governo grego, de o chantagear, de o pressionar.” Rui Tavares, Público
“A venda da PT, numa assembleia-geral em ambiente de cortejo fúnebre,
foi o definitivo toque de finados por aquilo que outrora era a bandeira
de um punhado de patriotas: a defesa dos centros de decisão nacional”. Fernando Sobral, Negócios
"A desorganização só entra na direita em termos de comentário político porque a direita nunca se desuniu, a esquerda já", Marcelo Rebelo de Sousa, TVI.
O QUE EU ESTOU A LER
Depois dos ataques em França ao Charlie
Hebdo, uma vaga para mudar as leis tem levado a grandes debates. Contra a
corrente, o matemático inglês Ray Corrigan vem provar matematicamente
que a vigilância maciça não vai travar o terrorismo. O artigo está na Slate e lê-se até depressa.
E pronto, vamos provavelmente passer grande parte do dia a falar do
rescaldo na Grécia, seja no nosso site, seja no Diário. Amanhã, estará
aqui o Ricardo Costa para servir o Expresso Curto.
Tenha um bom dia!
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