segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

talvez uma 'nova' maneira de ver as coisas do dia-a-dia...?... vou explorar...

Bom dia, já leu o Expresso Curto Bom dia, este é o seu Expresso Curto
Pedro Santos Guerreiro
Hoje por Pedro Santos Guerreiro
Diretor Executivo
 
26 de Janeiro de 2015
 
Mal-me-quer, bem-me-quer, tudo, pouco ou nada?

Vamos falar da Grécia. Vamos falar do Syriza, que ontem venceu as eleições legislativas, e vamos falar de Alexis Tsipras, novo primeiro-ministro. Vamos falar do medo de uns e da esperança de outros. Vamos falar da Grécia. Vamos a isto.

Bom dia.

O Syriza venceu ontem as eleições gregas, tendo ficado muito próximo próximo do limiar da maioria absoluta.

Na Grécia, cuja economia encolheu 25% em seis anos, a palavra mais ouvida ontem à noite era “esperança”, mas curiosamente a festa popular foi até contida nas ruas. Alexis Tsipras, que o Libération chama hoje em manchete de “o novo rosto da Europa”, disse que esta "é a vitória de todos os povos da Europa que lutam contra a austeridade", enquanto o primeiro-ministro cessante, Antonis Samaras admitiu a derrota saindo "de consciência limpa".

“Pela primeira vez na história da União Europeiuma fa, orça políticdea protesto passa diretamente e em meia dúzia de meses do extremo radical emque se situava para a chefia do governo. A partir daqui, tudo é possível. Para Grécia e para a Europa e os seus líderes.” A citação é de Teresa de Sousa, no Público, que o disse como poucos outros.

Na Europa, a reação variou. Muito. "Os gregos elegeram este domingo a esperança, mas também a incerteza, frente ao medo do futuro e a miséria do presente”, resume o El Pais. O The Guardian vai mais longe: "o passado não mais servirá de guia para o futuro, pelo menos em Atenas, se é que não mesmo na Europa". O diário inglês escreve em manchete que a vitória histórica do Syriza põe a Grécia em rota de colisão com a Europa. O Independent diz exatamente o mesmo. Grécia desafia a troika, sintetiza o El Mundo. Já o Financial Times< /a> escreve que as instituições do euro foram desafiadas. “Será Tsipras um Lula ou um Chávez?”, pergunta o diário financeiro.

Em Portugal, o Bloco de Esquerda embandeirou: "É a vitória da democracia contra a chantagem ". O PS elogiou a grande vitória do partido de esquerda se m nunca aflorar a derrota monumental do “irmão” Pasok, que o El Pais chama de “o titanic socialista”. O PSD felicitou o vencedor sem o mencionar uma só vez.

Bom, e agora? Para já, vale a pena ler o que defende o programa do partido. Foi o que fez o David Dinis no Observador, publicando uma análise que mostra que o Syriza quer mais do que reestruturar a dívida pública: quer reverter muitas medidas do memorando de entendimento com a troika, repondo por exemplo salários, pensões e direitos nas leis laborais.

Para conhecer Alexis Tsipras, 40 anos, pode ler o perfil em que o Ricardo Costa explica “uma das trajetórias mais rápidas e consistentes da política europeia, assente no colapso da classe média, que deixou de ter representação partidária e viu o Estado Social evaporar-se.” Em alternativa releia (ou leia pela primeira vez) o artigo que o próprio Tsipras publicou no El Pais há duas semanas, e que nesta data tem uma outra luz: “A mudança na Europa começa no sul”, dizia ele. Pelos vistos, disse bem.

OUTRAS NOTÍCIAS
Depois da derrota do Porto frente ao Marítimo por 1-0 e da vitória do Sporting frente à académica, também por 1-0, o Benfica joga este noite em Paços de Ferreira. E ficará com uma vantagem histórica sobre o Porto se ganhar: nove pontos.  

Um consultor externo , a Boston Consulting Group, vai avaliar a atuação do Banco de Portugal no caso BES. Fonte: Negócios.

Sócrates teve ontem romaria à porta da prisão de Évora. A Grândola foi cantada. E um humorista provocou os presentes dizendo que Sócrates devia ficar preso toda a vida. Se não fosse a presença da PSP as coisas poderiam ter acabado mal. No Público.

A Bolsa portuguesa foi beneficiada pelo anúncio da "bazuca" do BCE, por causa do euro fraco e por causa da queda do petróleo. Este ano, já ganha mais de 10%, diz o Negócios.

Entre 2008 e 2013, a crise atirou mais de 9 milhões de pessoas para o desemprego na União Europeia, noticia o DN.

O Japão está em choque com a chantagem jiadista. Depois de o primeiro refém japonês já ter sido presumivelmente assassinado, o segundo japonês está em risco. Reportagem da CNN

O Ikea de Alfragide abre hoje as portas sem problemas, depois de ontem ter sido evacuado por causa de uma mensagem errada da central de segurança.

FRASES
“O que aconteceu em Atenas não ficará certamente por Atenas”, David Pontes, no Jornal de Notícias

As eleições gregas vão aumentar a incerteza económica na Europa. É por isso que o Reino Unido tem de agarrar-se ao seu plano, garantindo segurança em casa”, David Cameron, no Twiter  

A Grécia não está sozinha. Devem ser cortadas pela raiz todas as tentativas de isolar o novo governo grego, de o chantagear, de o pressionar.Rui Tavares, Público

A venda da PT, numa assembleia-geral em ambiente de cortejo fúnebre, foi o definitivo toque de finados por aquilo que outrora era a bandeira de um punhado de patriotas: a defesa dos centros de decisão nacional”. Fernando Sobral, Negócios

"A desorganização só entra na direita em termos de comentário político porque a direita nunca se desuniu, a esquerda já", Marcelo Rebelo de Sousa, TVI.

O QUE EU ESTOU A LER
Depois dos ataques em França ao Charlie Hebdo, uma vaga para mudar as leis tem levado a grandes debates. Contra a corrente, o matemático inglês Ray Corrigan vem provar matematicamente que a vigilância maciça não vai travar o terrorismo.  O artigo está na Slate e lê-se até depressa.

E pronto, vamos provavelmente passer grande parte do dia a falar do rescaldo na Grécia, seja no nosso site, seja no Diário. Amanhã, estará aqui o Ricardo Costa para servir o Expresso Curto.

Tenha um bom dia!

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