terça-feira, 29 de dezembro de 2015

a começar o dia... chocado...!

DN

Educação  

Suspender metas curriculares? Sim, mas não para já



"PCP pede fim imediato das regras de avaliação dos alunos. Governo diz que só faz mudanças depois de avaliação científica
A forma como os alunos são avaliados e como os programas são ensinados não vai mudar antes de haver uma avaliação científica e pedagógica do atual modelo. A garantia foi dada pelo Ministério da Educação (ME) em resposta à proposta do PCP que queria ver as metas curriculares do primeiro ciclo suspensas de imediato. Uma iniciativa que contava com a oposição das associações de professores que apesar de serem contra as metas defendem estabilidade na avaliação do alunos.
O documento do PCP vai ser votado no Parlamento a 8 de janeiro, mas é apenas uma resolução e, mesmo que seja aprovada, depende sempre do governo o avançar com a alteração das regras.
O entendimento do executivo é de que para já deve ser feita uma avaliação ao sistema e só mais tarde aplicar mudanças. Embora reconhecendo que "há problemas sinalizados em algumas das metas curriculares em vigor", o ministério tutelado por Tiago Brandão Rodrigues, garante que "eventuais alterações serão enquadradas na definição do perfil de saída dos alunos no final da escolaridade e numa construção de uma verdadeira articulação curricular". Deixando a "eventual suspensão de documentos orientadores" dependente do suporte de "uma avaliação científica e pedagógica".

Esta era mais uma ação dos deputados da maioria de esquerda para pôr fim às medidas implementadas por Nuno Crato, ministro da Educação em 2011 e 2015. Miguel Tiago, deputado do PCP, explicou ao DN que a ser decretado o fim dos atuais objetivos, os alunos passariam a ser avaliados e a matéria a ser dada de acordo com os critérios que existiam antes dessas metas. Além disso, o partido comunista defende que se inicie "um processo de reflexão e debate democrático amplo e alargado a toda a comunidade educativa, de modo que se definam os objetivos para uma real e profunda reforma curricular". Porém, como esta será "apenas uma recomendação" caberá ao governo decretar o fim das metas. "Vai ser necessário uma circular ou portaria do ministério a suspender as metas, que podem até suspendê-las só a partir do próximo ano letivo", aponta Miguel Tiago. Se isso não acontecer, "o governo sujeita-se às críticas da Assembleia", promete o deputado.
O DN tentou, sem sucesso, obter uma reação junto do grupo parlamentar do PS para perceber qual seria o sentido de voto do Projeto de Resolução do PCP. Do lado do governo, o ME lembra que está analisar os problemas sinalizados e avança que as associações de professores "serão convidadas a participar num processo de avaliação destes documentos, para se poder aferir que medidas tomar".

Associações pedem debate
Entre associações e sociedades de professores, a análise às metas introduzidas por Nuno Crato é divergente. Mas num aspeto estão de acordo: suspender de imediato seria um erro com consequências para os alunos e para as famílias.
"Ao nível do Português, as metas são uma aberração. Aliás, nos nossos pareceres, sempre dissemos que eram muito redutoras e implicaram muitas transformações que, a nosso ver, são redutoras", disse ao DN Edviges Antunes Ferreira, da Associação de Professores de Português (APP). "Mas suspender é uma coisa que tem de ser feita com calma, atempadamente. O senhor ministro da Educação irá receber-nos e deverá certamente acolher as nossas recomendações. Mas têm de se acautelar algumas questões. As metas implicam manuais, que os pais já pagaram", ilustra.
Também Lurdes Figueiral, presidente da Associação de Professores de Matemática faz um retrato muito crítico do impacto das metas adotadas por Nuno Crato: "Fazem parte de um conjunto de medidas do anterior governo que fizeram retroceder muitos aspetos dos currículos e das avaliações no ensino básico." "Mas a normalidade no trabalho curricular deve ser reposta ouvindo os especialistas, ouvindo os professores", defende. "A alteração deve ser feita com grande cuidado, e de forma articulada, para que a cura não seja pior do que a doença".
Fernando Pestana da Costa, presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática - instituição que já foi presidida por Nuno Crato - não subscreve as críticas. "Achamos que as metas são adequadas, globalmente são um passo em frente na definição do que os alunos devem saber. Vieram dar um maior rigor ao ensino", acrescenta, admitindo que "qualquer programa, qualquer meta, têm de ser avaliados".
Já a suspensão imediata, avisa, teria consequências negativas. "As coisas não podem cair no vazio. Se se suspende tem de se substituir por alguma coisa. E não faz sentido suspender e substituir pelo que estava em vigor anteriormente", considera, lembrando que "as metas influenciaram manuais, que teriam novamente de ser alterados. Ao suspender de imediato cria-se o caos. Não é assim que se procede", avisa."


no dn em linha...


comentário:
é revisionismo a mais para o estado presente da educação...

novamente gestão à bolina...?

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