quinta-feira, 1 de agosto de 2013

interessante [ciência em estado 'minorca']... afonso vaz pinto, paleontólogo aos oito anos... no público...!

"Tal como um cientista crescido, deu uma palestra, com PowerPoint e nomes científicos incluídos, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa. Título: O mais novo paleontólogo que conhecemos. Tudo começou com uns desenhos animados na televisão e muitos livros de dinossauros oferecidos pelo pai.

É dia de festa no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa. A Orquestra Geração afina os instrumentos para o concerto que vai animar os convidados. Na rua, fazem-se experiências químicas junto da recém-inaugurada tabela periódica que preenche uma das paredes daquela que é por excelência a casa da ciência no Parque das Nações. O azoto líquido faz as delícias das crianças, de bocas e olhos abertos, enquanto o monitor da actividade manuseia o componente como se fizesse um truque de ilusionismo. O Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva faz 14 anos, é dia de inaugurar uma exposição interactiva como se estivéssemos numa oficina, de ver a uma peça de teatro sobre a água, mas é sobretudo dia de conhecer Afonso Vaz Pinto, um pequeno paleontólogo.

Chega acompanhado da família. Vieram de Angola há uns dias, como fazem muitas vezes no Verão, quando tiram férias. O pai, Pedro Vaz Pinto, é o biólogo que mais tem defendido a conservação da palanca--negra, símbolo da fauna angolana, em vias de extinção.

Daí a uns minutos, o pequeno paleontólogo fará a primeira palestra da sua vida. Tem apenas oito anos. Nada tem de pomposo quando o avistamos de T-shirt azul, sorridente, pele muito morena. É um menino como todos os outros, gosta de brincar, é bom aluno, mas sente-se como peixe na água quando lhe pedem para falar de fósseis. E não fala por falar, sabe o que diz, emprega os nomes científicos, memoriza palavras compridas que até um adulto não conseguiria pronunciar.

Afonso Vaz Pinto nasceu em Portugal, mas é angolano. Desde os cinco anos que sonha com dinossauros, época em que costumava ver uns desenhos animados na televisão, onde os animais pré-históricos eram as estrelas. "Chamava-se o Comboio dos Dinossauros", recorda, como se tal coisa lhe tivesse sucedido há muitos anos. O interesse transformou-se em fascínio, sobretudo alimentado pelo pai, que lhe comprava livros e mais livros sobre dinossauros.

A caminho do 4.º ano, já sabe que não pode falar muito sobre o seu passatempo aos amigos da escola, até porque "eles não querem saber de dinossauros, estão mais virados para a tecnologia" e ele é um convicto admirador das coisas antigas. Já foi chamado ao quadro pela professora para falar sobre a sua paixão, os fósseis, mas nunca lhe tinha passado pela cabeça fazer uma palestra, como a que fez na última quinta-feira, sobre paleontologia, a que o Pavilhão do Conhecimento deu o título O mais novo paleontólogo que conhecemos."


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