Currículos inadequados, horários absurdos, número de alunos excessivo, falta de professores de apoio a crianças com NEE, falta de funcionários, falta de condições de trabalho, etc., é extenso o rol de queixas sobre as quais não há quaisquer respostas do ministério de Nuno Crato
CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
LISBOA, 2 DE OUTUBRO, 11H00, SEDE DO SPGL/FENPROF
(Rua Fialho de Almeida, n.º 3)
A imposição de um conjunto de medidas pelo governo/MEC veio agravar a já precária situação neste setor de ensino. Encerrar milhares de escolas e criar mega agrupamentos, impor alterações curriculares que não têm em conta a especificidade do 1.º Ciclo, burocratizar a atividade docente, impor as chamadas atividades de enriquecimento curricular (AEC), instabilizar a profissão docente e agravar as condições de exercício da profissão, são apenas alguns exemplos dos problemas que o 1.º ciclo de ensino básico atravessa.
A maior parte das consequências são economicistas, pois o objetivo da sua adopção foi sempre a redução da despesa sem olhar aos problemas diretos e os danos colaterais gerados pela sua concretização.
Por todos os motivos referidos e também para divulgar os dados de um levantamento que está a ser feito, por amostragem, em todo o país, a FENPROF com a presença de Mário Nogueira (secretário geral) e de toda a coordenação nacional do 1.º CEB, vai realizar amanhã, 2 de outubro, pelas 11H00, na Rua Fialho de Almeida, 3 (sede da FENPROF/SPGL) uma Conferência de Imprensa.
Reavivamos o convite para que os/as senhores/as jornalistas acompanhem esta iniciativa e agradecemos a atenção que, sobre esta matéria, venham a destinar.
O Secretariado Nacional da FENPROF
1/10/2014
Nota anterior:
A FENPROF promoveu a 4.ª Conferência Nacional do 1.º Ciclo do Ensino Básico, reunindo delegados que representaram os professores de todas as regiões do país. Preocupados com a situação que se vive no setor, os professores presentes coincidiram na análise, concluindo que a direção política do atual governo, preocupado em reduzir a despesa à custa dos profissionais de educação, do investimento e do progresso educativo e formativo, definiu como prioridades:
Encerrar milhares de escolas e criar mega agrupamentos que afastaram progressivamente os professores da participação nos processos de decisão e gestão;
Impor alterações curriculares que não têm em conta a especificidade do 1.º Ciclo, nomeadamente a idade dos seus alunos;
Burocratizar a atividade docente com inúmeras e inúteis reuniões e burocracia diversa, em prejuízo da atividade letiva e da sua preparação e avaliação;
Impor as chamadas atividades de enriquecimento curricular (AEC) que transformaram aspetos importantes do currículo do 1.º CEB em atividades de ocupação de tempos livres, ao mesmo tempo que retalharam o horário letivo dos alunos;
Instabilizar a profissão docente e agravar as condições de exercício da profissão, aumentando o número de alunos por turma e "esticando" o horário de trabalho dos professores.
Com estas e outras medidas que têm vindo a ser tomadas nos últimos anos o governo visa reduzir o investimento na educação, encolher o currículo para algo próximo do saber ler, escrever e contar, transferir para o poder local despesas e responsabilidades, colocar nas escolas a responsabilidade de resolução de problemas sociais criados pelas opções políticas e ideológicas dos governos, estabelecer uma rígida cadeia hierárquica que contribua para transformar os profissionais de educação em funcionários acríticos/meros cumpridores de normativos, criar mecanismos de grande seletividade social logo a partir dos primeiros anos de escolaridade.
Daí para cá, em apenas 6 meses, Nuno Crato e a sua equipa, não surpreendendo, prosseguiu, contudo, a sua senda destruidora: "liberalizando" o regime de docência, à margem da LBSE, sem debate público, uma orientação ou um horizonte em que se vislumbrasse uma ideia. Daí para cá o MEC forçou o encerramento de mais de 300 escolas, a maioria das quais à margem da vontade das populações e/ou do compromisso assumido com os municípios.
O ano letivo, esse, arrancou próximo do caos, por exemplo, com algumas escolas a verem chegar os seus professores quase um mês depois de iniciado e sem que seja possível assegurar que não haverá mais problemas a este nível ou com enorme défice de professores para o apoio a crianças com necessidades educativas especiais e aos professores titulares das turmas em que se encontram integradas. Preocupada com a situação em que arranca o ano letivo, a FENPROF realizou, por amostragem, um levantamento em cada região, procurando conhecer a realidade em que o ano se iniciou no 1.º Ciclo do Ensino Básico, e detetou problemas que ameaçam arrastar-se pelo ano dentro.
Pelos motivos que se referiram e também para divulgar os dados deste levantamento, a FENPROF com a presença de Mário Nogueira (secretário geral) e de toda a coordenação nacional do 1.º CEB, realiza:
CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
LISBOA, 2 DE OUTUBRO, 11H00
SEDE DO SPGL/FENPROF, Rua Fialho e Almeida n.º 3
Tendo em conta a atualidade dos assuntos que serão abordados nesta iniciativa, a preocupação dos professores e, decerto, de muitos pais e encarregados de educação com o rumo de incerteza que está a ser dado a este importante setor de ensino, determinante, por norma, para todo o percurso escolar e académico das crianças e jovens, desde já convidamos os/as senhores/as jornalistas e agradecemos a atenção que, sobre esta matéria, venham a dar.
O Secretariado Nacional da FENPROF30/09/2014"
aqui.
Sem comentários:
Enviar um comentário