CFP analisa cenário macroeconómico do OE 2015
Parecer | 15 outubro 2014
"O Conselho das Finanças Públicas (CFP) divulga o Parecer relativo às previsões macroeconómicas subjacentes à Proposta de Orçamento do Estado para 2015,
no qual analisa o cenário macroeconómico do projeto de orçamento. O
Parecer foi solicitado ao CFP pela Senhora Ministra de Estado e das
Finanças, em 29 de setembro de 2014, nos termos das novas regras
europeias que estabelecem que os projetos de orçamento (e os planos
orçamentais nacionais de médio prazo) devem basear-se em previsões
macroeconómicas independentes e indicar se as previsões orçamentais
foram produzidas ou endossadas por um organismo independente —
Regulamento (UE) n.º 473/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho de 21
de maio de 2013.
Neste processo de análise, o CFP destaca a mudança de
base das Contas Nacionais que condicionou de forma determinante a
disponibilização dos elementos necessários à elaboração do presente
Parecer. A mudança de base estatística impossibilitou, no curto prazo
disponível, a conversão do cenário macroeconómico subjacente ao
Documento de Estratégia Orçamental 2014-2018 (DEO 2014-2018) para uma
base compatível com as previsões agora apresentadas. Também a comparação
com previsões internacionais foi prejudicada por este efeito.
O principal facto que ressalta do confronto entre as
previsões subjacentes à Proposta de Orçamento do Estado para 2015 e as
do DEO 2014-18 é o papel acrescido do consumo privado (crescimento de
2,0% em 2015) como fator de variação do PIB, a que se associa o risco de
virmos a assistir à redução da taxa de poupança das famílias. Em
simultâneo, face ao DEO 2014-2018, nota-se a menor contração do consumo
público, a perda relativa de peso da formação bruta de capital fixo e o
menor excedente corrente com o exterior (0,3% do PIB em 2015), um
conjunto de variações que não contribuem para a sustentabilidade do
crescimento económico e das finanças públicas nacionais.
No que se refere à comparação com outras previsões
oficiais disponíveis, o cenário retido como base da Proposta de
Orçamento do Estado para 2015 está genericamente em linha com as
previsões mais recentes. Importa, todavia, notar que vários indicadores
recentes apontam para que aquelas possam vir a ser corrigidas num
sentido menos favorável no que se refere ao enquadramento internacional,
em particular no caso da área do euro.
Em resultado da análise efetuada às previsões
macroeconómicas subjacentes à Proposta de Orçamento do Estado para 2015,
com as limitações expostas, o Conselho das Finanças Públicas conclui
que:
1. As previsões macroeconómicas subjacentes à
Proposta de Orçamento do Estado para 2015 estão em linha com as
previsões conhecidas e não apresentam enviesamentos a assinalar.
2. Caso se confirmem as expectativas mais
negativas com respeito ao enquadramento internacional, em particular no
que se refere à área do euro, as previsões relativas ao
contributo das exportações podem vir a revelar-se otimistas, o que
tenderá a refletir-se, direta e indiretamente, nos resultados previstos.
Este Parecer apenas respeita às previsões
macroeconómicas. O Relatório sobre o Orçamento do Estado, que o CFP
deverá elaborar antes da audição em sede parlamentar, pronunciar-se-á em
geral sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2015 e sobre a
postura da política orçamental."
aqui.
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