"Fosse o MEC tão preocupado com o funcionamento das escolas e o ano letivo teria começado sem problemas
São
já conhecidos exemplos de escolas onde os preparativos da reedição da
ignóbil prova dita de avaliação de conhecimentos e capacidades (PACC)
chegam a envolver forças policiais. É algo que, não sendo inédito, no
percurso que o MEC/governo vem fazendo para impor a abjeta PACC, merece o
enérgico repúdio das organizações sindicais de professores.
Estamos perante um governo e, neste caso, um ministro e uma equipa
ministerial que, impondo medidas que criam justificado descontentamento,
vão ultrapassando limites e regras democráticas para o abafar e para
não terem de lidar com a contestação que suscitam. O MEC, de forma
revanchista e persecutória, excluiu quase 8.000 candidaturas dos
concursos por via da despropositada prova; a decisão está ferida de
nulidade, como demonstrou o Senhor Provedor de Justiça, mas o ministro
Nuno Crato, impante, ainda nada fez para reverter a ilegalidade, no que
patenteia um desrespeito grosseiro pela Provedoria.
Em julho passado, para impedir a emissão de um pré-aviso de greve, o
MEC marcou uma chamada da prova com dois dias úteis (!) de antecedência
e, para o fazer, publicou, de forma sórdida, um despacho que entrou em
vigor em data anterior à da publicação. Desta vez, sem condições para
repetir a manobra, tentou impedir o recurso à greve, invocando serviços
mínimos para silenciar a indignação, propósito em que foi derrotado por
decisão unânime do colégio arbitral que se pronunciou sobre a questão.
Numa teimosia já algo doentia, o ministro e a sua equipa, sem resolverem
os problemas anteriores, prosseguem a pressão sobre as escolas e os
seus professores, impondo tarefas e sobrecargas que não têm justificação
séria e que não são missão nem de escolas nem de professores. E a
pressão é tal que já há notícia do regresso das forças policiais à
escola. Tudo vale para que a prova de Nuno Crato, reprovável ato de
praxe sobre milhares de docentes profissionalizados e ofensa a toda a
profissão docente, volte a ser aplicada.
Em Santarém, como em Gaia e em outros pontos do país, está prevista a
presença de agentes policiais no dia da prova. Chega-se ao ponto de
avaliar a possível existência de dispositivos que permitiriam isolar
professores candidatos que, eventualmente, protestassem.
O MEC insiste e marcou nova edição da PACC sem sequer resolver os
problemas que criou anteriormente, tal como a exclusão ilegal de
milhares de candidatos. Outro exemplo é o do não acautelamento de
situações em que podem estar em causa limites económicos ao exercício da
profissão, tal como o Senhor Provedor de Justiça também alertou, face à
cobrança pelo MEC de quantias para inscrição na prova. Será este um dos
motivos que levou à não admissão de mais de seiscentos candidatos à
prova, segundo dados divulgados pelo Ministério mas que, como se tornou
timbre, não acompanhou de explicações que permitam o escrutínio público
do que por lá se faz.
Ao que se sabe, há excluídos que são vítimas de informação incorreta
do MEC que, terminando o prazo para pagamento da inscrição no dia 3,
confiaram na informação oficialmente divulgada pela DGAE/MEC: 4 de
dezembro. Foram excluídos!
Recorda-se que o pagamento de inscrição mereceu a atenção do Sr.
Provedor, questão que não é menor quando há professores – falamos, na
maior parte do caso de desempregados – a serem convocados para a prova a
dezenas de quilómetros do seu local de residência. É o que acontece,
por exemplo, com docentes de Seia chamados para Vila Franca das Naves.
A PACC de Nuno Crato acabará por cair porque a luta contra
esse absurdo não vai ceder às manobras e limitações democráticas que
entraram nas práticas do MEC. A PACC acabará por cair porque,
como atestará qualquer análise mais cuidada dos seus conteúdos, é um
completo despropósito para os fins que os seus propagandistas invocam. A
PACC acabará por cair porque, tal como acontecerá amanhã, apesar das
pressões e intimidações do MEC, os professores e as suas organizações
sindicais não desistirão desta luta.
Para acompanhar estas e outras situações e prestar apoio aos
órgãos de comunicação social na obtenção de informação sobre esta
jornada de luta, a FENPROF e os seus sindicatos garantirão a presença de
dirigentes nos seguintes locais:
Mário Nogueira, Secretário Geral da FENPROF, e António Avelãs, Presidente do SPGL: EB 2/3 Manuel da Maia (Campo de Ourique), em Lisboa
Manuela Mendonça, Coordenadora do SPN,: Escola Secundária Filipa de Vilhena, no Porto
Anabela Sotaia e João Louceiro, da Coordenação do SPRC: respetivamente, na Escola Secundária Marques Castilho, em Águeda, e na EB 2/3 Martim de Freitas, em Coimbra
Manuel Nobre, Presidente do SPZS,: Escola Secundária André de Gouveia, em Évora
Noutros locais do país, haverá acompanhamento desta jornada de luta por dirigentes sindicais, designadamente em:
ZONA SUL
Escola Secundária João de Deus, em Faro
Escola Secundária de Albufeira, Albufeira
EB 2/3 Dr António Costa Contreiras, Armação de Pêra
Escola Secundária Severim Faria, em Évora
Escola Secundária D. Manuel I, em Beja
Escola Secundária Diogo de Gouveia, em Beja
Escola Secundária Mouzinho da Silveira, em Portalegre
REGIÃO CENTRO
Escola Secundária Nun’Álvares, em Castelo Branco
EB 2/3 Pêro da Covilhã, na Covilhã
Escola Afonso de Albuquerque, na Guarda
EB 2/3 de Vila Franca das Naves
Escola EB 2, 3 Infante D. Henrique, Repeses, em Viseu
Escola EB 2/3 e Secundária da Batalha, em Leiria
Escola EB 2/3+S Henrique Sommer, em Maceira (Leiria)
NORTE
Escola Secundária Sá de Miranda, em Braga
Escola Secundária Francisco de Holanda, em Guimarães
Escola Secundária Manuel laranjeira, em Espinho"
O Secretariado Nacional da FENPROF
18/12/2014
aqui.
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