Enquanto se discutiu o problema da legitimidade constitucional e
política para governar, vieram a público dois importantes relatórios em
que se analisa a Educação nacional. Refiro-me ao Estado da Educação
2015, do Conselho Nacional de Educação, e ao Education at a Glance 2015,
da OCDE. Pelo primeiro, ficámos a saber que o insucesso escolar
aumentou nos últimos três anos, em todos os anos da escolaridade,
enquanto diminuiu, pela primeira vez em 41 anos de democracia, a taxa de
cobertura do pré-escolar. Com o segundo, verificamos que a diferença
entre gerações, no que a qualificações respeita, é a maior de todos os
países que integram a OCDE e que o esforço das famílias para financiar
os estudos superiores é o maior da União Europeia. A um e a outro
registo não é alheia a natureza da ideologia que pontificou na última
legislatura, durante a qual todas as políticas públicas foram marcadas
por uma “economização” bruta, que as redefiniu e geriu como se de
simples mercadorias se tratasse, propalando-se mesmo a ideia segundo a
qual os direitos humanos fundamentais, as dimensões básicas da vida, em
que a Educação se inclui, dependem da conjuntura económica por que se
passa.
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