"A forma como a produção eléctrica na Península Ibérica está organizada parece irreal. Confesso que ainda hoje preciso de fazer um esforço para reconhecer que de facto é assim mesmo que ela está planeada. Como muitas pessoas não entendem na íntegra como funciona vou fazer uma analogia com o sector dos transportes que me parece ser elucidativo.
Imaginemos que o sector electroprodutor é a rede urbana de transportes públicos. De um lado temos taxis eléctricos que são as fontes renováveis intermitentes. Do outro a rede de autocarros que equivale à produção ordinária (termoeléctricas e barragens).
Os utentes são obrigados por lei a utilizar o taxi sempre que um esteja disponível mesmo que estejam numa paragem. Apesar do custo ao quilómetro do taxi ser superior ao do autocarro o preço de transporte não é diferenciado. Existe um bilhete válido para os dois tipos e o seu preço varia apenas com a distância percorrida e não o meio de transporte.
O preço deste bilhete não cobre os custos de transportar pessoas de taxi por isso o Estado paga aos operadores de taxi um valor fixo por esse serviço (subvenções às renováveis - FIT). Estes custos de se obrigar as pessoas a usar taxis quando podiam ir de autocarro são passados para os consumidores ao serem incluídos numa parcela do preço chamada Custo de Interesse Económico Geral (CIEG). Existe ainda outra parcela para manutenção de paragens, praças de taxi equivalente aos custos de rede eléctrica. Os taxis têm uma capacidade limitada de passageiros transportados (baixa densidade de produção) e os taxistas têm horário livre (intermitência). O fluxo de utentes é conhecido mas o de taxis não. Isso faz como que o parque de taxis tenha de ser sobredimensionado ao mesmo tempo que a sua disponibilidade é aleatória. Para não provocarem engarrafamentos quando existem demasiados a circular existem parques de estacionamento que os acolhem (bombagem em barragens). Para mitigar falta de taxis a utilização da frota de autocarros não é optimizada para a procura. Está constantemente a circular independentemente de haver utentes nas paragens. Os operadores de autocarros recebem compensações sempre que circulam sem lotação esgotada, são os CMEC. Quanto mais taxis circulam e menos utentes necessitam de autocarros o valor de CMEC, FIT e aluguer de estacionamento aumenta."
Imaginemos que o sector electroprodutor é a rede urbana de transportes públicos. De um lado temos taxis eléctricos que são as fontes renováveis intermitentes. Do outro a rede de autocarros que equivale à produção ordinária (termoeléctricas e barragens).
Os utentes são obrigados por lei a utilizar o taxi sempre que um esteja disponível mesmo que estejam numa paragem. Apesar do custo ao quilómetro do taxi ser superior ao do autocarro o preço de transporte não é diferenciado. Existe um bilhete válido para os dois tipos e o seu preço varia apenas com a distância percorrida e não o meio de transporte.
O preço deste bilhete não cobre os custos de transportar pessoas de taxi por isso o Estado paga aos operadores de taxi um valor fixo por esse serviço (subvenções às renováveis - FIT). Estes custos de se obrigar as pessoas a usar taxis quando podiam ir de autocarro são passados para os consumidores ao serem incluídos numa parcela do preço chamada Custo de Interesse Económico Geral (CIEG). Existe ainda outra parcela para manutenção de paragens, praças de taxi equivalente aos custos de rede eléctrica. Os taxis têm uma capacidade limitada de passageiros transportados (baixa densidade de produção) e os taxistas têm horário livre (intermitência). O fluxo de utentes é conhecido mas o de taxis não. Isso faz como que o parque de taxis tenha de ser sobredimensionado ao mesmo tempo que a sua disponibilidade é aleatória. Para não provocarem engarrafamentos quando existem demasiados a circular existem parques de estacionamento que os acolhem (bombagem em barragens). Para mitigar falta de taxis a utilização da frota de autocarros não é optimizada para a procura. Está constantemente a circular independentemente de haver utentes nas paragens. Os operadores de autocarros recebem compensações sempre que circulam sem lotação esgotada, são os CMEC. Quanto mais taxis circulam e menos utentes necessitam de autocarros o valor de CMEC, FIT e aluguer de estacionamento aumenta."
(continua)... aqui.
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