"O presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), David Justino, afirma que disse pessoalmente ao ministro Nuno Crato – uma vez que o plenário do CNE ainda não se pronunciou sobre o assunto – que a obrigatoriedade dos exames para os professores não era o melhor dos caminhos. Justino participou na solução dos exames a partir dos cinco anos e reconhece que “estes exames não melhoram a qualidade dos professores”. O responsável revela ainda que prometeu apresentar uma proposta sobre a forma como se deve entrar na profissão.
O antigo ministro da Educação do Governo de Durão Barroso admite que houve alguma “perversidade” nos apoios dados ao ensino privado, porque “se celebraram contratos onde eles não eram necessários”. Justino lembra que esses contratos existem desde os anos 1980, daí que tenha ficado surpreendido com a polémica do apoio do Estado aos privados. Justino não parece favorável à ideia (que é do CDS) do cheque-ensino e refere que “fala-se do cheque ensino que é uma expressão completamente infeliz”.
Nesta entrevista conduzida pela jornalista Maria Flor Pedroso, David Justino alerta que “neste momento há já universidades e politécnicos que tinham projetos de investigação, até internacionais, que não têm dinheiro para o continuar”. O professor universitário anuncia-se como um defensor da Escola pública e suspira longamente quando se lhe pergunta se a política do atual Ministério da Educação está a ir nesse sentido."
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