no expresso diário...
"Governo reviu em baixa a taxa do desemprego: dos
17,7% previstos no Orçamento do Estado inicial, o Retificativo aponta
para os 14,7%. Trata-se de uma folga de quase 500 milhões de euros, só
por si capaz de compensar o chumbo constitucional aos cortes salariais
da administração pública
TEXTO ROSA PEDROSO LIMA INFOGRAFIA SOFIA MIGUEL ROSA
A baixa da taxa de
desemprego e, consequentemente, a redução dos encargos com o pagamento
das prestações sociais deram margem orçamental ao Governo para
‘acomodar’ o aumento da despesa pública resultante do último chumbo do
Tribunal Constitucional. A reposição salarial dos trabalhadores do
Estado representa um acréscimo de cerca de 400 milhões de euros, um
valor pouco abaixo dos 500 milhões que o Governo prevê ‘poupar’ nos
encargos com o pagamento em subsídios de desemprego este ano.
Depois dos anos de crise que fizeram disparar a taxa de
desemprego portuguesa, os indicadores económicos começam a dar sinais
de alívio. O desemprego é dos chamados ‘estabilizadores automáticos’ da
economia: quando cresce faz disparar a despesa do Estado em subsídios e
reduz automaticamente a receita com as contribuições dos trabalhadores
no ativo. Mas o inverso também é verdadeiro: um ligeiro decréscimo do
desemprego tem o efeito contrário, permitindo aos cofres públicos
reduzir despesa e encaixar receita. Simples, mas sempre eficaz.
Os números já registados este ano pela Segurança Social
permitiram ao Governo respirar de alívio. Em Junho, a taxa de
desemprego registada pelo INE apontava para os 13,9%, uma quebra de 2,3
pontos em relação ao total do ano de 2013, quando o desemprego bateu
recordes históricos e atingiu 16,2%. Mas o decréscimo é ainda maior se
tivermos em conta que, para 2014, o Governo inscreveu no primeiro OE
apresentado ao Parlamento uma taxa de desemprego prevista de 17,7%.
Só esta diferença entre as metas previstas e os
indicadores registados até meio do ano deram margem de manobra
orçamental para encaixar novos acréscimos de despesa pública. Os números
das Segurança Social mostram que, só até junho, a média do números de
beneficiários do subsídio de desemprego baixou para metade dos
registados no ano passado, retirando perto de 300 mil pessoas da lista
de encargos do Estado.
O cenário macroeconómico mudou, assume o Governo"
para ler o resto do artigo... aqui.
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