sábado, 12 de janeiro de 2013

opinião... pactos de regime... de fernando calado rodrigues... no cm...!


"Esta semana, o Eurostat divulgou os valores do desemprego para o mês de novembro. Em Portugal, manteve-se nos 16,3% do mês anterior. Numa leitura superficial dos dados, até nos podemos sentir tranquilizados porque os desempregados não aumentaram. 

Contudo, os dados do Eurostat não são animadores. O número dos desocupados continua a ser o mais alto atingido em Portugal, e o nosso país continua a ser o terceiro, logo a seguir à Espanha e à Grécia, com a maior taxa de desemprego. Mesmo uma leitura mais aprofundada dos números não nos dá conta das pessoas nem dos dramas que eles escondem. 

Há dias foi-me relatado o caso de um engenheiro que aos cinquenta anos se vê confrontado com a situação, igual à de tantos, de ser demasiado novo para ir para a reforma e demasiado idoso para ser contratado. Perdeu o emprego, a esperança e até a vontade de viver. Readquiriu um novo alento ao aceitar a hipótese de sair do País para trabalhar.

No início da semana, um professor com 35 anos de carreira, até ao ano passado efetivo numa escola do Nordeste Transmontano, viu-se obrigado, aos 57 anos, a abandonar a família e a emigrar para Timor-Leste, onde conseguiu uma colocação. São dois dos muitos portugueses que se veem obrigados a sair do País, contribuindo para o aumento da taxa de emigração.

Bento XVI, na Mensagem para a Jornada Mundial do Migrante e do Refugiado, que a Igreja celebra no próximo domingo, diz que "antes do direito a emigrar há que reafirmar o direito a não emigrar, isto é, a ter condições para permanecer na própria terra". As estatísticas escondem as inúmeras famílias desfeitas, filhos que crescem longe dos pais.

Está na hora de os nossos políticos olharem para as taxas de desemprego e de emigração e lerem nelas o sofrimento que as políticas levianas da austeridade, "do custe o que custar", estão a provocar. A questão não é ideológica, muito menos partidária: a austeridade é válida se, no final, ajudar a diminuir o défice e a dívida – mas não é isso que está a acontecer. Está na hora dos partidos se entenderem em pactos de regime que – respeitando os compromissos assumidos – tornem de novo possível a fixação de recursos e a criação de riqueza."

aqui.

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