"É uma boa e paradoxal notícia para quem está ‘sob
resgate’ financeiro, sobretudo se a tendência se mantiver. Há quem diga
que tudo se deve às frases do governador do BCE, desde a promessa de
compra de títulos no mercado secundário até à previsão feita de um
‘contágio positivo’ entre países até aqui com problemas financeiros e
que começam a ter de novo os favores dos mercados, como é o caso da
Irlanda.
Parece tudo muito mal explicado, mas
desde que se apelidou de ‘milagroso’ o renascimento económico da
Alemanha e da Itália no pós-guerra que a ciência nem sempre explica
tudo…
Seja como for, o ano de 2013 começou com
sinais positivos que podem levar a troika a rever em baixa as taxas de
juro praticadas, e a ter outro entendimento da evolução da situação
financeira internacional. Para já, desde que Portugal foi obrigado a
pedir o resgate através de um Memorando de Entendimento, que mais nenhum
Estado o fez, e todos evitam, ou adiam, o dia em que o farão, à espera
que as circunstâncias se modifiquem e que de novo os mercados se mostrem
razoáveis. Isso é claro sem deixarem de corrigir os excessos.
Não
sei se o governo de Passos Coelho já se deu conta do novo ambiente
internacional que está a despontar. Mas talvez que sim. Daí essa pressa
toda em cativar o FMI para os seus propósitos domésticos, como se sabe.
A
esse propósito, o ‘Jornal de Negócios’ deu--nos conta de que os
serviços do FMI enviaram uma Nota para a Rádio Renascença esclarecendo
os distraídos que, como é óbvio, cabe aos portugueses decidir sobre o
papel do Estado, assim como cabe às autoridades nacionais decidirem
sobre o destino a dar ao relatório que o governo de Passos Coelho não só
pediu, como ao qual forneceu copiosos comentários. Até o FMI é mais
transparente do que este governo. Aliás, como tenho insistido aqui, a
troika acabará por prestar contas do seu papel em tudo isto. A começar
pelas taxas de juro exigidas aos Estados sob assistência."
aqui.
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