no observador...
"Reino Unido era o destino de eleição com 19% de licenciados já em
2011, antes da troika chegar. Fuga de cérebros pode ser um problema,
admite o Governo no primeiro estudo sobre o fenómeno em 3 anos.
Os licenciados nascidos em Portugal mas residentes noutro país
representavam em 2011 quase 11% do total de licenciados em Portugal. O
grupo dos emigrantes com diploma académico foi o que mais aumentou
em dez anos e a tendência é crescente, conclui um relatório sobre a
Emigração divulgado esta terça-feira pelo secretário de Estado das
Comunidades Portuguesas, que fala na fuga de cérebros como um “indicador
problemático” dos dias de hoje. Reino Unido, Suíça e Alemanha são hoje
os principais destinos da emigração portuguesa, já que Espanha perdeu
importância com o rebentar da crise na construção civil, para onde ia
grande parte dos portugueses sem estudos superiores.
O número de emigrantes portugueses com o ensino superior aumentou
mais de 87% numa década, passando de um total de 77.790 em 2001 para
mais de 145 mil em 2011. Numa perspetiva comparada com o total da
emigração portuguesa, são já 10% os portugueses que emigram com curso
superior – há dez anos, o número de emigrantes qualificados não passava
de 6%, o que representa um salto de quase 60% neste indicador.
“A taxa de emigração dos qualificados é um indicador problemático da chamada fuga de cérebros”, lê-se no relatório assinado pelo secretário de Estado José Cesário.
Mas se é certo que a nova emigração portuguesa é hoje mais
qualificada do que no ano passado e nos anos anteriores, “não é possível
afirmar” com os dados disponíveis, relativos a 2011, “que essa maior
qualificação seja superior à maior qualificação da população portuguesa
em geral”, salienta o relatório do Governo. É que, no mesmo período de
dez anos, o número de portugueses licenciados – residentes em Portugal –
também aumentou cerca de 85%, passando de 674 mil cidadãos em 2001 para
1.245 mil em 2011.
FUGA DE CÉREBROS SIM, MAS SEM DRAMA
Enquanto a percentagem de emigrantes licenciados passou de 6 para
10%, a percentagem de licenciados em Portugal passou de 8% em 2001 para
quase 14% em 2011, numa variação ligeiramente superior ao crescimento
dos emigrantes qualificados. Perante isto, o secretário de Estado das
comunidades considera que o aumento da emigração diplomada não é tanto
um problema de fuga de cérebros mas um acompanhamento da realidade
nacional.
“O aumento da qualificação da população portuguesa emigrada é pois mais um resultado do aumento da qualificação portuguesa do que de uma maior incidência da emigração nos setores qualificados”, justifica o relatório.
Mas o Governo admite que, “com o colapso pós-2008 do maior fluxo de
emigração portuguesa desqualificada deste século, para Espanha, e o
crescimento da emigração para novos destinos como o Reino Unido ou, a um
nível ainda muito baixo, para os países nórdicos, é possível que esteja
a haver mudanças ainda não registadas na estrutura de qualificação da
migração”. E, a confirmar-se esta mudança estrutural, a fuga de cérebros
é um problema."
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