terça-feira, 22 de julho de 2014

no reino da indigência [e lá se vai a proposta de reforma do irs ?]...!


no observador... 

"Reino Unido era o destino de eleição com 19% de licenciados já em 2011, antes da troika chegar. Fuga de cérebros pode ser um problema, admite o Governo no primeiro estudo sobre o fenómeno em 3 anos.



Os licenciados nascidos em Portugal mas residentes noutro país representavam em 2011 quase 11% do total de licenciados em Portugal. O grupo dos emigrantes com diploma académico foi o que mais aumentou em dez anos e a tendência é crescente, conclui um relatório sobre a Emigração divulgado esta terça-feira pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, que fala na fuga de cérebros como um “indicador problemático” dos dias de hoje. Reino Unido, Suíça e Alemanha são hoje os principais destinos da emigração portuguesa, já que Espanha perdeu importância com o rebentar da crise na construção civil, para onde ia grande parte dos portugueses sem estudos superiores.

O número de emigrantes portugueses com o ensino superior aumentou mais de 87% numa década, passando de um total de 77.790 em 2001 para mais de 145 mil em 2011. Numa perspetiva comparada com o total da emigração portuguesa, são já 10% os portugueses que emigram com curso superior – há dez anos, o número de emigrantes qualificados não passava de 6%, o que representa um salto de quase 60% neste indicador.

“A taxa de emigração dos qualificados é um indicador problemático da chamada fuga de cérebros”, lê-se no relatório assinado pelo secretário de Estado José Cesário.

Mas se é certo que a nova emigração portuguesa é hoje mais qualificada do que no ano passado e nos anos anteriores, “não é possível afirmar” com os dados disponíveis, relativos a 2011, “que essa maior qualificação seja superior à maior qualificação da população portuguesa em geral”, salienta o relatório do Governo. É que, no mesmo período de dez anos, o número de portugueses licenciados – residentes em Portugal – também aumentou cerca de 85%, passando de 674 mil cidadãos em 2001 para 1.245 mil em 2011.

FUGA DE CÉREBROS SIM, MAS SEM DRAMA

Enquanto a percentagem de emigrantes licenciados passou de 6 para 10%, a percentagem de licenciados em Portugal passou de 8% em 2001 para quase 14% em 2011, numa variação ligeiramente superior ao crescimento dos emigrantes qualificados. Perante isto, o secretário de Estado das comunidades considera que o aumento da emigração diplomada não é tanto um problema de fuga de cérebros mas um acompanhamento da realidade nacional.

“O aumento da qualificação da população portuguesa emigrada é pois mais um resultado do aumento da qualificação portuguesa do que de uma maior incidência da emigração nos setores qualificados”, justifica o relatório.

Mas o Governo admite que, “com o colapso pós-2008 do maior fluxo de emigração portuguesa desqualificada deste século, para Espanha, e o crescimento da emigração para novos destinos como o Reino Unido ou, a um nível ainda muito baixo, para os países nórdicos, é possível que esteja a haver mudanças ainda não registadas na estrutura de qualificação da migração”. E, a confirmar-se esta mudança estrutural, a fuga de cérebros é um problema."

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