"Comunicado conjunto das direcções de informação de jornais, rádios e televisões
jornal i
Pela liberdade de imprensa
A liberdade de imprensa é um direito fundamental.
A liberdade de imprensa é um dos pilares estruturantes da democracia.
O exercício da actividade dos órgãos de comunicação social assenta na liberdade e na autonomia editorial.
O direito a informar dos jornalistas e o direito de os cidadãos serem
informados não podem ser condicionados nem limitados pelo poder
político.
Decorridos 41 anos sobre a conquista de uma democracia livre, o
Estado não pode arrogar-se o poder de ter competência editorial,
impedindo ou condicionando o trabalho dos jornalistas, por qualquer via.
O projecto (PSD/CDS-PP e PS), que define as regras da cobertura
noticiosa em período eleitoral, viola clara e objectivamente os
princípios essenciais do jornalismo e a liberdade editorial:
- Confunde trabalho jornalístico com propaganda, noticiários com tempos de antena;
- Impõe “serviços mínimos” nos debates e obriga à sua realização;
- Limita o espaço da análise política e da opinião;
- Obriga à entrega prévia, mesmo antes de serem apresentadas as candidaturas, de um plano detalhado de cobertura editorial;
- Subordina esse plano editorial a uma validação prévia de uma entidade administrativa;
- Submete o trabalho dos jornalistas, os seus estatutos, princípios
éticos e critérios editoriais à disciplina de uma comissão externa;
- Cria uma comissão de controlo da actividade editorial com poderes
para invalidar o plano de cobertura noticiosa e para aplicar multas se
entender que o mesmo é insuficiente;
- Sanciona com coimas pesadas quem não obedecer à lei;
- Instrumentaliza os órgãos de comunicação social como palco de promoção dos agentes políticos.
Este projecto de lei representa, em suma, uma ingerência inaceitável e
perigosa do poder político na liberdade editorial, que repudiamos como
profissionais e como cidadãos.
Os subscritores deste documento esperam que a Assembleia da República
saiba defender os valores da liberdade e da democracia e rejeite
liminarmente todas as tentativas de os limitar e condicionar.
Não se demitirão de respeitar e de exigir respeito pelos seus
direitos e deveres constitucionais de informar com sentido de
responsabilidade, levando este imperativo até às últimas instâncias."
24 de Abril de 2015
Directores de informação:
Afonso Camões: JN
Alcides Vieira: SIC
André Macedo: DN
Bárbara Reis: Público
David Dinis: Observador
Fernando Paula Brito: Lusa
Graça Franco: Rádio Renascença
Helena Garrido: Jornal de Negócios
João Paulo Baltasar: Antena 1:
José António Lima: Sol
Luís Rosa: i
Octávio Ribeiro: Correio da Manhã
Paulo Baldaia: TSF
Paulo Dentinho: RTP
Pedro Camacho: Visão
Raul Vaz: Diário Económico
Ricardo Costa: Expresso
Rui Hortelão: Sábado
Sérgio Figueiredo: TVI
transcrito... daqui.
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