sábado, 29 de setembro de 2012

crónica... jesus era casado?... de padre fernando calado rodrigues... no cm...!

"A descoberta de um papiro do século IV que menciona a mulher de Jesus reacendeu a polémica em torno do celibato dos padres e do papel da mulher na Igreja.

Foi desta forma que muitos órgãos de comunicação leram os resultados da investigação de Karen King, especialista em História do Cristianismo de Harvard.

Lendo com atenção as declarações da investigadora chega-se à conclusão que ela limita-se a afirmar que num fragmento, do tamanho de um cartão de crédito, se lê a expressão "Jesus disse-lhes: ‘A minha mulher..." Isto não deve ser assumido como prova irrefutável do casamento de Jesus, mas tão só que alguns cristãos acreditavam que Jesus teria sido casado. 

Apesar dos esclarecimentos da historiadora, um artigo chega mesmo a afirmar que "a discussão é particularmente preocupante para a Igreja Católica, que proíbe o sacerdócio a mulheres e proíbe o casamento dos padres, num modelo baseado na vida de Jesus".

De facto, a Igreja não ordena mulheres. Mas há padres casados na Igreja Católica, sempre existiram e, provavelmente, sempre existirão. O Concílio Vaticano II afirmou claramente que o celibato não é exigido pela própria natureza do sacerdócio, como se pode ver "pela prática da Igreja primitiva e pela tradição das Igrejas orientais, onde (...) existem meritíssimos presbíteros casados" (PO nº 16).

Muitos desconhecem que a Igreja Católica tem sacerdotes casados. Nas Igrejas de rito oriental, em países como a Grécia, Hungria, Ucrânia ou Rússia - que têm uma liturgia própria e regras diferentes das nossas, mas que são católicos como nós - sempre houve padres casados e padres celibatários.

Para toda a Igreja Católica, o celibato, mais do que a mera imitação de Jesus, é um dom que é concedido a alguns, que se sentem felizes e realizados com esse estilo de vida que, em princípio, lhes permite uma maior disponibilidade para dedicação total às comunidades cristãs. No ocidente é exigida uma vida celibatária aos que querem assumir o sacerdócio, mas nada impede que, no futuro, como já acontece no rito oriental, não possam vir a ser ordenados homens casados. É que o celibato é uma mera norma disciplinar e não um dogma de fé, universal e obrigatório."

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