"Perguntava na última coluna se Passos Coelho iria recuar totalmente na
TSU; ou se conservaria o bebé (aliviá-la para as empresas), atirando
fora a água do banho (aumentá-la para os trabalhadores).
O governo decidiu atirar tudo fora, o que significa
duas coisas: primeiro, que a rua passa a mandar daqui para a frente; e,
segundo, que a única estratégia do governo será assaltar na estrada o
que (ainda) mexe na economia portuguesa.
Não vale
a pena descrever os resultados desta estratégia: as viagens para Atenas
nunca estiveram tão baratas. Mas talvez não seja inútil repetir, nem
que seja para memória póstuma, que o labirinto em que estamos perdidos
exigia estadistas à altura: gente capaz de renegociar uma dívida
(impagável) e, lamento dizê-lo, uma saída (amparada) da zona euro.
Como
não temos estadistas; e como o debate público foi canibalizado pela
tralha partidária, é assim que estamos: a caminhar, cegos e surdos, rumo
ao abismo."
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