"João Pereira Coutinho já notou aqui que os países do euro em
dificuldades seguem um guião, que começa na crise financeira e acaba na
crise política. Nada mais certo.
O sistema político grego esfrangalhou-se, com o
colapso dos grandes partidos, em particular o Socialista, e a ascensão
dos radicais, sobretudo de esquerda. A Itália é governada há quase um
ano por uma espécie de ditador, certamente benévolo, mas lá posto por
algo de parecido a um golpe de Estado da UE. Em Espanha é o próprio país
que ameaça esfrangalhar-se, com a Catalunha a apontar para a
independência, e o País Basco logo atrás.
E
Portugal? Em Portugal, vimos a autoridade do Governo maioritário
desfazer-se perante uma combinação de deliquescência própria, pressão da
rua e de algumas elites. Isto enquanto há sondagens a mostrar que a
esquerda radical vale mais do que o partido principal do Governo e a
dizer que 90% dos portugueses estão "desiludidos com a democracia". A
grande crise do euro não é económica, mas política, e ameaça levar--nos
para paragens muito estranhas. Está na hora de pensarmos em tudo para
sairmos dela."
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