sexta-feira, 28 de setembro de 2012

opinião... a 'coisa' actual [crise... e outros arremedos]... de ricardo arroja... no i...!

"O discurso político parece exclusivamente orientado para as exportações. É realista equilibrar as nossas contas externas, comprimindo procura interna até que este sector exportador mínimo permita que esta procura possa subir?

Não. As exportações devem ser uma prioridade, mas mais importante é substituir importações. A ênfase não deve estar nas exportações, mas sim nos transaccionáveis, o que é diferente. É fazer coisas, produzir coisas. Nós deixámos de fazer coisas. Isso é desde a agricultura à indústria. Compare os níveis de produção da nossa agricultura e indústria de há 20 anos atrás com aquilo que é hoje. Por exemplo, o trigo. Não faz sentido que o volume de produção de trigo seja hoje 30% daquilo que era em 1986. Não faz sentido que o efectivo de vacas leiteiras seja metade daquilo que era em 1986. Nas pescas não faz sentido que Portugal importe 60% do peixe que consome.

Portugal aceitou sempre tudo da Europa, mesmo aniquilar sectores inteiros, em troca de fundos comunitários…

Tal como sempre na nossa história. No século antes do Marquês havia ouro. Antes disso as especiarias. No século XIX são as remessas dos imigrantes. Nos últimos 20 anos têm sido os fundos europeus. Tudo isto serve para camuflar o desinvestimento e quando deixa de existir a riqueza externa leva-nos a uma crise da balança de pagamentos. É urgente – e é isso que vai relançar a economia e o emprego e o nível de riqueza – que possamos produzir em Portugal. Os capitais das empresas podem ser portugueses, chineses, alemães, isso não interessa. A economia interna deve ser reformada no sentido de oferecer um ambiente mais concorrencial, mas para aqueles que investirem em Portugal. É esse tipo de situação que deveríamos negociar com os nossos parceiros externos.

Identificando sectores claros.

Identificando apostas, para que os nossos credores externos tenham a certeza de que vão ver o seu dinheiro de volta. Porque senão entramos num caminho semelhante ao da Grécia. Para já tivemos um “haircut” [corte] na dívida grega. No caso português não precisamos de um “haircut”, mas apenas de reescalonar pagamentos."

para ler a entrevista na íntegra... aqui.

Sem comentários:

Enviar um comentário