"Foram poucos os homens e muito raras as mulheres aspirantes à
investigação científica, actividade que, para a imensa maioria dos
cidadãos, era destituída de qualquer atracção. Estudar? Matar a cabeça,
para quê? São expressões em declínio, mas que foram o dia-a-dia de
gerações e gerações e ainda o são numa parte importante da sociedade dos
nossos dias, mesmo em muitos dos países reconhecidos como democráticos.
Cidadania e conhecimento são indissociáveis e, assim, este tem forçosamente de ser democrático, como bem escreveu Keay Davidson, o notável biógrafo de Carl Sagan. Em complemento da sua nobre missão de ensinar, o professor deve fazer sentir esta realidade aos seus alunos, em especial aos mais desprotegidos e atingidos pela exclusão social que grassa em tantas escolas marcadas pela suburbanidade crescente que caracteriza as sociedades desenvolvimentistas.
O sistema social e político dominante na sociedade capitalista continua a promover e alargar o fosso entre os que estudam, e assim aspiram e conquistam o direito à cidadania, e os outros. Transmitir esta mensagem aos jovens é um dever moral, essencial na luta contra o insucesso escolar e pelo direito a uma condição humana de maior dignidade. Não é fácil, mas não é impossível esta tarefa.
Há que saber ganhar a confiança dos alunos e, também, o seu afecto. Feliz do estudante que goste da convivência com o seu professor. Essa relação é decisiva na sua atitude face à escola e ao gosto pelo saber. Duplamente feliz se esse professor estiver à altura do seu papel que, para além de educacional, é, sobretudo, social."
vale a pena ler o 'artigo' todo... aqui.
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