"Como viu o relatório do FMI?
Devo dizer que é, em numerosos parágrafos, absolutamente justo, porque
revela ou sublinha o que muitas pessoas sabem mas não querem dizer em
público. Aliás, há muitas coisas que é o próprio governo que diz, mas
faz com que seja o Fundo Monetário Internacional a dizer para não ter de
ser o governo a fazê-lo. O que é ridículo, é de um altíssimo grau de
cobardia.
Quais são as coisas que todos sabem e não querem assumir?
Sabe-se há muitos anos que tem de haver uma alteração nos funcionários
públicos, uma alteração no Estado de protecção social, que há grupos
sociais e grupos profissionais que são muitíssimo privilegiados em
relação a outros e que vivemos assim durante 20 ou 30 anos, alegremente.
Tudo isto é verdade e – eu li-o –, o relatório põe o dedo nessas
feridas. Com certeza não são imbecis, não são estúpidos. Toda a gente
diz: “Ah, tratam Portugal como se fosse a Indonésia, as Filipinas ou a
Costa Rica porque para eles os países são todos iguais.” Não é verdade!
Muito do que vem no relatório do FMI está perfeitamente identificado."
para ler a entrevista... aqui.
para ouvir... uma outra... aqui.
Sem comentários:
Enviar um comentário