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Por Miguel Cadete
Diretor-Adjunto
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17 de Julho de 2015 |
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E a Grécia vai. Romântica mas não trôpega!
Como um navio, ou um falso documentário, a Grécia vai. Em tons de sépia. Mas agora há boas notícias. Chegou o dinheiro para pagar no imediato ao FMI. Os reembolsos mais próximos à Europa também estão garantidos. E os bancos abrem já na segunda-feira. Ainda com o limite de sessenta euros, é certo, mas mercê da goela aberta pelo Banco Central Europeu, essencial para manter o sistema financeiro em funcionamento, a normalidade (!) pode ser reposta. O laço desaperta.
Tudo porque depois de aprovado o plano de austeridade no Parlamento grego, Mario Draghi, o banqueiro do euro, disse que a Grécia também pertence à Europa. E que vai continuar a ser Europa. Um choque frontal com a Alemanha de Merkel? Talvez. Mas quem quer ter a responsabilidade de deitar a Grécia borda fora? Ninguém. Nem Draghi, nem Tsipras. Schaüble ainda estás aí?
Draghi disse mais, tal como o FMI, o BCE também garantiu que a situação só se resolve com a reestruturação da dívida. Ou seja, na troika já há dois que tombam para esse lado. Uma posição, sem dúvida, popular. Mas quantos países poderão, agora ou depois, exigir o mesmo?
Se acrescentarmos que na votação de anteontem, no Parlamento da Grécia, Alexis Tsipras teve mais votos da oposição do que da maioria Syriza que o elegeu, tal não ajuda a entender seja o que for. Mas a nave vai.
Confusos? Claro que sim. Nos últimos dias, Tsipras ganhou um referendo que rejeitava a austeridade, foi humilhado logo a seguir na Europa e reconquistou posições ainda anteontem no parlamento grego com o mesmo plano rejeitado no referendo, que, já sabíamos, era o menor dos dois males.
Em setembro ou outubro até pode haver eleições na Grécia. Mas Tsipras vai à frente. E os partidos que hoje existem podem não ser os mesmos nessa altura. E em Portugal?
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O QUE EU ANDO A LER E OUVIR
Antes do mais, o artigo de Nicolau Santos para a Revista do Expresso do próxima sábado sobre o jeito que José Eduardo dos Santos encontrou para se eternizar enquanto Chefe de Estado de Angola. Uma lição de política, para o bem e para o mal, sustentada na crise provocada pela baixa do preço do petróleo. A não perder.
Para quem se apresta a ir de férias – eu não! – recomendam-se, também nesta edição de sábado, livros, discos e filmes que vão de Rosselini a Nuno Galopim. Mas não só: há listas sobre tudo aquilo que não vamos conseguir ler, ver ou ouvir mas gostávamos, durante os escassos dias reservados ao ócio. Ou nem tanto.
Ainda antes disso: vale a pena rememorar a não tão longa, mas ainda assim enorme, discografia de Florence de maneira a estar tudo ensaiado para o concerto de sábado no Super Bock Super Rock. Os relatos que ainda ecoam da sua prestação em Glastonbury deixam antever o melhor, senão mesmo algum momento histórico.
E será possível evitar o novo álbum dos Tame Impala? Aquele que recolhe, por estes dias, incenso nas mais variadas publicações, generalistas ou especializadas, que se dedicam à coisa da música.
Amanhã é dia de Expresso, com direito a mais um volume da biografia de Hitler. Um malvado que certamente não permitiria a atualização de notícias que todos os dias se pratica no Expresso online.
Logo mais, lá pelas seis da tarde, surgirá mais uma edição do Expresso Diário, com o aprofundamento necessário e a opinião que faz a marca do Expresso. À noite, os Blur atuam na Meo Arena.
Bom fim de semana!
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