"Sobre a Escola, há governantes que
aprenderam a mentir: sabem que ainda não foi inventada qualquer
instituição que a possa substituir. Sabem ainda que os professores
são os grandes construtores de todos os amanhãs. E, por isso, têm
medo. Medo, porque a Escola é das poucas organizações que todos os
governantes conhecem bem. Habituaram-se a observá-la por dentro,
desde a mais tenra idade. E, por essa razão, sabem-lhe o poder e a
fatalidade de não ser dispensável, silenciável, transferível,
aposentável, exonerável ou extinguível. Então, dizíamos, têm medo
e, sobre ela, mentem.
Mentem sobre a Escola e sobre os
professores. Todos os dias lhes exigem mais e dizem que fazem
menos. E não é verdade.
Em relação à Escola e aos
professores, a toda a hora o Estado, a sociedade e as famílias se
descartam e para aí passam cada vez mais responsabilidades que não
são capazes (ou por comodismo não querem…) assumir. Hoje, a Escola
obriga-se a prevenir a toxicodependência, a educar para a
cidadania, a formar para o empreendedorismo, a promover uma cultura
ecológica e de defesa do meio ambiente, a motivar para a prevenção
rodoviária, a transmitir princípios de educação sexual, a
desenvolver hábitos alimentares saudáveis, a prevenir a Sida e
outras doenças sexualmente transmissíveis, a utilizar as novas
tecnologias da comunicação e da informação, a combater a violência,
o racismo e o belicismo, a reconhecer as vantagens do
multiculturalismo, a impregnar os jovens de valores socialmente
relevantes, a prepará-los para enfrentarem com sucesso a
globalização e a sociedade do conhecimento, e sabe-se lá mais o
quê…"
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