"Em
muitas escolas, os diretores, envergando confortável o fato de caciques
de um poder determinado a reduzir a Escola Pública a um serviço mínimo
instrutivo, têm sido os garantes de todos os desmandos governamentais.
No seu íntimo, já não se veem como professores.
Usando
os poderes que a Lei lhes confere — sobretudo a varinha de condão
chamada Avaliação Docente —, mas também aqueles que o medo instalado vai
copiosamente outorgando, muitos diretores têm transformado “as suas
escolas” em microcosmos de medo, de censura, de falta de liberdade,
enfim, estufas de “totalitarismo democrático”. Paralelamente, essas
escolas vão consolidando uma natureza bífida: inóspitas e castradoras na
realidade quotidiana; integradoras, motivadoras, promotoras de sucesso e
de realização pessoal e profissional em tudo o que é papel (pautas,
relatórios, projetos, estatísticas, avaliações diversas…). Enfim, a
hipocrisia tem-se instalado como paradigma curricular. É uma escola
barata que dá para aviar as necessidades mais imediatas e mais básicas
do sistema."
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