no observador...
"O governo confirmou na
noite de quinta-feira que 16% dos seus edifícios contêm
“presuntivamente” amianto na sua construção. O próximo passo é analisar
os dados já recolhidos nos cerca de 2000 edifícios assinalados para
determinar quais aqueles que serão sujeitos a ações regulares ou aqueles
que deverão ser submetidos a novas análises, no sentido de confirmar as
informações já recolhidas. Este tipo de listagem, obrigatória por lei,
foi recomendada pela Assembleia da Republica em 2002, sendo que apenas
em 2011 ganhou o estatuto de lei.
O levantamento englobou todos os edifícios, instalações e
equipamentos onde se prestam serviços públicos — cerca de 13 mil. Cada
ministério esteve responsável pelas infraestruturas e equipamentos que
diz respeito à sua tutela. O processo foi coordenado pela Autoridade
para as Condições do Trabalho (ACT) e pela Direção Geral do Tesouro e
Finanças (DGTF).
“O valor não surpreende porque não há outro estudo para comparar. As
surpresas são relativas”, começou por dizer Manuel Roxo,
subinspetor-geral da ACT, ao Observador. E continuou: “Estamos a falar
essencialmente de fibrocimento e que apenas trará complicações se houver
contacto ou se for partido.” Ou seja, está isolado e não traz
malefícios para a saúde caso assim se mantenha. Roxo relevou ainda que
há alguns casos em que se trata apenas de “uma suspeita”, pelo que serão
levadas a cabo novas análises. “As pessoas têm de saber onde há
amianto”, rematou.
Em janeiro, 70 trabalhadores da Direcção-Geral de Energia e Geologia
pediram a mudança urgente de instalações depois de serem
identificados vários casos de contaminação e do governo ter confirmado a
existência de amianto no edifício onde trabalhavam na Avenida 5 de
Outubro, em Lisboa. Segundo a TSF,
nove funcionários públicos morreram com cancro devido ao amianto nesse
edifício e, de acordo com o documento que a rádio teve acesso, foi
diagnosticado o mesmo a dezenas de pessoas. Em fevereiro, o Público falava numa
lista elaborada entre 2006 e 2010 na qual cerca de 900 edifícios
estavam assinalados com amianto, sendo que na sua maioria eram escolas.
O amianto (ou asbesto) é uma fibra obtida a partir de diferentes
tipos de minerais bastante abundantes na crosta terrestre. Por serem de
fácil obtenção e por possuírem uma elevada resistência térmica, química e
física (além de serem maus condutores de eletricidade), são usados
desde o final do século XIX no isolamento de edifícios, tais como
fábricas, escolas, habitações, no revestimento de navios, na indústria
automóvel e na indústria têxtil, entre muitas outras aplicações.
Este material fibroso está associado a diversas patologias do foro
respiratório, sendo uma das mais conhecidas a asbestose, uma forma de
fibrose pulmonar especificamente associada à inalação das fibras de
amianto. Além desta, é uma causa importante de cancro do pulmão e da
pleura (membrana que envolve a caixa torácica). A utilização do amianto
está proibida na União Europeia desde 2005, mas a sua utilização foi tão
disseminada que continua presente por todo o lado. E só em 2012 morreram em Portugal 40 pessoas vítimas de cancro provocado pela exposição ao amianto."
aqui.
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