Prova escrita do "Exame Cambridge"não se fez em escolas de todo o país, ficando cerca de 6.000 alunos sem a realizar
Foram
muitos os professores que, em todo o país, fizeram greve ao serviço de
vigilância à prova escrita do exame da Cambridge “Preliminary English
Test (PET)”, juntando, dessa forma, o seu protesto ao dos colegas de
Inglês que, em número crescente, têm vindo a aderir à greve às provas
orais que se prolongarão até dia 22 de maio.
Devido à adesão dos professores à greve, em muitas escolas a prova
não se realizou ou apenas se realizou parcialmente. É ainda de salientar
o facto de a prova se ter realizado em escolas que tiveram uma elevada
participação dos professores na greve. Só que, fatores estranhos ao que seria o processo normal de aplicação da prova, influenciaram a sua realização,
por exemplo: o facto de a DGEsT/MEC ter informado as direções das
escolas, a pedido do Presidente do IAVE, da possibilidade de as
vigilâncias serem asseguradas por apenas um professor; a convocação, à
última da hora, de dezenas de professores que nem sequer tinham
participado nas reuniões preparatórias desta prova; a deslocação de
escola de professores dentro dos agrupamentos.
Com a sua adesão à greve, os professores pretenderam dizer ao MEC que exigem respeito pelo seu trabalho, rejeitando ser tratados como “pau-para-toda-a-obra”, com a imposição de tarefas que saem do âmbito das suas funções; disseram ainda que exigem respeito pelos seus alunos e pela atividade que lhes está atribuída nas escolas,
não compreendendo por que razão foram anuladas aulas em muitas escolas
e, no caso dos professores de inglês, em nome da avaliação da
proficiência linguística dos alunos, são anuladas aulas, quer devido à
sua participação em ações de formação, quer ao calendário de provas
orais que, em muitos casos foi elaborado.
A Plataforma Sindical dos Professores nunca exigiu, por exemplo, que
este serviço fosse pago aos professores, o que sempre exigiu foi que o
mesmo não implicasse a perda de aulas por parte dos alunos e que a
participação dos professores no processo fosse voluntário. Informou
mesmo os responsáveis ministeriais, em reunião realizada em 31 de março,
que suspenderia a greve caso fosse essa a decisão do MEC. Não foi e no
sentido de proteger legalmente os professores cuja opção fosse o
trabalho com os seus alunos e não a participação neste processo,
apresentou pré-aviso de greve para os dias previstos para a realização
das partes escrita e oral, ou seja até 22 de maio. Um pré-aviso que
deverá estender-se para além desta data, caso o MEC decida prolongar o
período de realização dos exames.
Recorda-se, por último, que o MEC ainda tentou que fossem decretados
serviços mínimos para o desenvolvimento deste processo, mas o colégio
arbitral, por unanimidade, não decretou, considerando não estarmos
perante uma necessidade social impreterível.
- Relativamente à greve e aos seus efeitos na realização da prova, as organizações sindicais de professores podem, desde já, adiantar que não se realizou qualquer prova em agrupamentos ou escolas como AE Arcos de Valdevez; AE Dr. Mário Sacramento (Aveiro); AE Penalva do Castelo; AE Góis; EB 2.3/S Penacova; AE Paúl (Covilhã); AE Figueiró dos Vinhos; AE Avelar; AE Ansião; EBI Gualdim Pais (Pombal); ES José Augusto Lucas (Linda a Velha); EB 2.3 Aljezur.
- Significativo foi o número de escolas em que a prova apenas se realizou parcialmente: AE São Pedro da Cova – não se realizou em 4 das 9 salas; AE Ponte da Barca em 5 das 6; AE Idães em 6 das 9; AE Celorico de Basto em 3 das 15; AE Coronado e Castro em 3 das 12; ES Sátão em 2 das 8; AE Santa Maria da Feira – em 3 das 17; ES Moimenta da Beira em 3 das 9; EB2.3/S José Sanches (Alcains) em 3 das 4; EBS Centro de Portugal (C. Branco) em 3 das 4; EBI Vila de Rei em 3 das 4; ES Amélia Rey Colaço (Lisboa) em 4 das 12; ES António Gedeão (Almada) em 9 das 13; AE Romeu Correia (Almada) em 11 das 17; AE Anselmo de Andrade (Almada) em 2 das 8; AE Mendonça Furtado (Barreiro) em 6 das 7; AE Raul Proença (Caldas da Rainha) em 5 das 7; AE Noronha Feio em 4 das 6; EB 2.3 de Freiria em 4 das 9; AE Bordalo Pinheiro (Caldas da Rainha) em 5 das 6; AE Carlos Ribeiro (Seixal) em 2 das 10; ES Daniel Sampaio em 2 das 11; ES Lumiar em 3 das 10; EB 2.3 de Corroios em 3 das 7; AE Montenegro (Faro) em 4 das 8.
- É de salientar, por último, que as escolas e agrupamentos em que a prova não se realizou ou apenas se realizou num número mínimo de salas, a greve teve praticamente a adesão total dos professores (100% ou próximo disso). Contudo, houve escolas e agrupamentos em que a greve contou com elevada adesão dos professores mas a prova realizou-se em todas as salas ou praticamente todas pelas razões atrás referidas. Não deixa, porém, de se assinalar a grande adesão à greve que se registou mesmo nessas escolas. A título de exemplo:
AE Ponte da Barca – 89%; AE Freixo de Espada à Cinta – 57%; AE Idães –
84%; AE Diogo Macedo (VN Gaia) – 49%; AE Marinhais (Esposende) – 57%;
AE São Pedro da Cova – 50%; AE Celorico de Basto – 43%; AE Azeredo
Perdigão (Viseu) – 54%; ES Moimenta da Beira – 47%; AE Esgueira (Aveiro)
– 38%; AE Santa Maria da Feira – 77%; EB2.3/S José Sanches (Alcains) –
44%; EBS Centro de Portugal (C. Branco) – 73%; EBI Vila de Rei – 58%; ES
Fundão – 40%; EBI Vila Velha de Ródão – 50%; ES Quinta das Flores
(Coimbra) – 53%; ES D. Maria (Coimbra) – 44%; ES Amélia Rey Colaço
(Lisboa) - 50%; EB Marinhas do Sal (Rio Maior) – 50%; AE Romeu Correia
(Almada) – 77%; AE Anselmo de Andrade (Almada) – 50%; ES António Gedeão –
76%; AE Noronha Feio – 56%; EB 2.3 Freiria – 71%; ES Lumiar – 51%; AE
Santa Iria (Tomar) 51%; ES Miraflores – 50%; EB 2.3 Prof Armando Lucena –
50%; AE Fernando Francisco Lopes (Olhão) – 87%; AE Duarte Pacheco
(Loulé) – 59%; AE Tomás Cabreira (Faro) – 50%; AE D. Dinis (Quarteira) –
53%; AE Afonso III (Faro) – 30%; AE João de Deus (Faro) – 42%. Na EB2.3
de Mexilhoeira (Portimão) a adesão foi de 100%, contudo a direção
deslocou dois docentes de outra escola do agrupamento para que o exame
se realizasse.
As organizações sindicais
6/05/2015
via fenprof... aqui.
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