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Hoje por Ricardo Costa
Diretor
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26 de Fevereiro de 2015 |
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Big Brussels is watching you
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Somos ou não somos bons alunos? Depende do dia. Pelo menos em Bruxelas.
Nuns somos o exemplo de quem ganhou a confiança dos mercados e soube
jogar com as regras da Zona Euro, no outro levamos um puxão de orelhas. Portugal, novamente o mau aluno? pergunta, e bem, a correspondente do Expresso em Bruxelas, Susana Frexes, num artigo que explica muito bem esta… bem… esquizofrenia.
E estar sob vigilância da União Europeia é assim tão mau? Aqui entre nós, eu acho que não. E o João Vieira Pereira, que perdeu algum tempo com o assunto, já gravou um curto vídeo no Expresso Online, com o sugestivo título de Vigilância ou ratoreira? onde explica o que está em causa.
Em resumo, esta admoestação de Bruxelas não tem grande valor, é um
automatismo previsível e sem grande peso político. Aliás, uma passagem
rápida pelos jornais internacionais mostra que a notícia do dia nos
corredores bruxelenses não era Portugal, mas França e Itália. E porquê? Porque o que Bruxelas anunciou, em pacote, foi que estes países têm mais dois anos para atingir a meta do défice de 3%. E isso, sim, é verdadeiramente importante.
Já agora, os nossos colegas do Observador contam que o alemão Commerzbank descobriu agora que
Portugal tem menos risco político que Espanha, coisa que qualquer
pessoa que costume abrir os olhos ao longo do dia já sabia. Já que
estamos a falar de dinheiro, a grande notícia orçamental da jornada é a apresentação em Nova Deli do orçamento dos comboios da Índia. Diz a BBC que vai ser uma coisa épica, apontando para uns 9 mil milhões de dólares.
Por cá, a grande discussão política não vai ser esta, mas o súbito amor da liderança do PS pelo investimento chinês e pelas melhorias que Portugal apresenta nos anos mais recentes. A frase que foi descoberta por Nuno Melo pegou fogo à pradaria e já deu origem a um toque de telemóvel muito popular pelas bandas da maioria. No PS a fúria deu lugar a uma tentativa de explicação não muito bem sucedida. No Expresso, onde (confesso) nos divertimos com estas coisas, já olhámos para o assunto: Pedro Santos Guerreiro em O melhor está sempre para vir e Bernardo Ferrão em Made in Costa explicam bem o que está em causa na polémica do momento.
OUTRAS NOTÍCIAS
É hoje. Finalmente, Zeinal Bava vai ao parlamento falar do ruinoso investimento que a PT fez na Rioforte, derretendo quase €900 milhões em menos de um fósforo. Neste artigo explicamos quais são as perguntas a que Zeinal tem que responder.
Com muitas dúvidas continua o caso Sócrates, sem ninguém perceber muito bem o que se passa processualmente. O Expresso elencou 11 dúvidas sobre este caso e tenta esclarecê-las neste artigo. Vale muito a pena ler o trabalho do Rui Gustavo e do Micael Pereira.
Os catalães do Caixabank já entregaram o pedido de registo da OPA ao BPI
e estamos agora à espera que a administração do banco português se
pronuncie, na mais importante operação bancária dos últimos tempos.
Ainda na banca, Jardim Gonçalves e alguns ex-colegas do BCP tiveram ontem uma má notícia, com a confirmação de condenações por manipulação do mercado.
Mudando de agulha, Leonardo Jardim fez um brilharete na Champions ao vencer por 1-3 no campo do Arsenal. Hoje é a vez do Sporting
tentar salvar a face na Liga Europa quando tentar virar a eliminatória
com o Wolfsburgo, em Alvalade, num jogo que é transmitido na SIC (20h05)
O vídeo do dia é a aparatosa queda de Madonna
nos Brit Awards. Mas, pelo que se sabe, foi maior o susto que as
consequências. E a célebre queda de Pedro Abrunhosa já tem com quem
ombrear.
Já agora, e para algo muito útil para quando for beber um cafezinho, a Kentucky Fried Chicken vai lançar um copo de café que é comestível.
Isso mesmo, depois de beber o café, pode passar a comer o copo de
papel. A Slate garante que a grande notícia é que o copo não sabe a
assas de frango.
FRASES
"Nunca imaginei ver este resultado aqui. Mas é merecido". Príncipe Alberto do Mónaco depois da vitória da sua equipa em Londres frente ao Arsenal.
“Não temos problemas de liquidez para o setor público. Mas vamos ter
definitivamente um problema em reembolsar a prestações do FMI agora e do
BCE em julho”, Yanis Varoufakis, ministro das Finanças da Grécia, em declarações a uma rádio grega
“Depois de ler atentamente a carta que o Governo grego enviou à
Comissão Europeia, sou obrigado a admitir que concordo com quase tudo,
acho excelente, desejo muito que seja verdade, e que se aquilo é um
programa de esquerda radical então podem começar a chamar-me Rosa
Luxemburgo”, João Miguel Tavares, no Público, sobre a carta escrita por Varoufakis ao Eurogrupo com os compromissos do Governo grego
O QUE EU ANDO A LER
Em semana de ressaca de Óscares, já li e reli uma maravilhosa entrevista com um dos realizadores mais maltratados por Hollywod, o brilhante Francis Ford Coppola, agora dedicado a produzir vinhos e a gerir resorts turísticos. A conversa recente com o Financial Times pode ler-se aqui (atenção, o FT tem uma paywall, embora se apanhe na net se se usar o título Breakfast with the FT: Francis Ford Coppola).
Pois bem, Coppola – que só pelo Apocalipse Now já merece figurar em qualquer história do cinema – fala de tudo: da absoluta loucura que foi filmar esse filme (há um documentário imperdível sobre isso, Hearts of Darkness: a filmmaker’s apocalipse),
de como toda a gente ia ficando doida nessa altura, até à falência, uns
anos mais tarde, dele, dos seus estúdios e de tudo à sua volta, quando
quase ninguém percebeu ou gostou de One from the Heart (Do fundo do coração). De um momento para o outro, tudo o que ele tinha ficou literalmente nas mãos do Chase Manhattan Bank.
A entrevista com Coppola vale a pena porque mostra a sua força, o seu
amor pelos seus vinhos e hotéis e por uma família de gente do cinema.
Mas também o desencanto nada azedo por uma indústria demasiado formatada
em que o sucesso de uns anos (32 nomeações para os Óscares e 11
estatuetas em quatro filmes seguidos!!!) nasceu de um golpe de sorte –ninguém queria realizar O Padrinho - e o desastre absoluto de um filme lindo, mas arriscado.
Depois disto, podia brindar ao dia com um vinho de Coppola (sugiro o Zinfandel), mas é muito cedo para isso. Resta-me, então, lembrar que deve estar atento ao Expresso Online, onde o dia passa a correr e que ao fim da tarde arrumamos tudo, com opinião exclusiva e notícias em primeira mão, no Expresso Diário. É só usar o código que está na capa da Revista. Saiba como aqui. Amanhã vai estar aqui o Martim Silva, logo pela manhã. Bom dia. E porte-se bem que Bruxelas está à espreita…
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