no sol...
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Em 2003, 40% dos alunos chumbavam e 90% dos problemas disciplinares eram com repetentes. Hoje, a taxa de retenção é de 3%
Avaliação conteúdo a conteúdo
O projecto educativo foi repensado em 2003, quando o director Adelino
Calado chegou à escola e se deparou com uma taxa de retenção de 40% e
com cerca de 40 a 50 processos disciplinares por ano, 92% envolvendo
alunos repetentes. «Não acreditamos que a retenção seja a melhor solução
para ensinar os alunos», explica ao SOL Adelino Calado, convicto de que
transitar de ano é que pode ser visto pelos alunos como um «castigo»,
pois acarreta mais trabalho para acompanhar a turma. Depois de várias
experiências de uma grande aposta na formação e trabalho dos
professores, a taxa de retenção é agora de 3%.
Mas a chave do sucesso está na avaliação conteúdo a conteúdo,
considera o director deste agrupamento com mais de 2.600 alunos. Quando o
professor termina uma matéria, verifica se os alunos assimilaram os
conhecimentos. Pode fazê-lo através de um teste, trabalho, ou perguntas
na aula.
«O objectivo da avaliação conteúdo a conteúdo é perceber se o aluno
aprendeu aquela parte da matéria. Se não o fez, decide-se como actuar,
por exemplo através de apoios personalizados», explica o director. Em
cada turma de 30 alunos, cinco ou seis têm aulas de apoio, o que implica
trabalhar pelo menos mais duas horas por semana. Depois, uma vez por
trimestre há uma avaliação comum aos alunos do mesmo ano e disciplina
para preparar a avaliação externa: o exame nacional.
Neste agrupamento, há ainda turmas especiais, onde se juntam alunos
com dificuldades comuns. É o caso dos 16 alunos com dificuldades que não
ficaram retidos no ano passado no 4º. ano e que integram agora um grupo
especial do 5.º, onde vários professores podem partilhar a sala de
aula. Se for necessário, podem até ser criados percursos curriculares
alternativos, como prevê a lei e como acontece com duas turmas do 9.º
ano. O director lança a questão: «Será que temos todos de aprender tudo
ao mesmo tempo?».
A intervenção é precoce e ao mínimo sinal de dificuldade, explica o
mentor do projecto, dando mais um exemplo: «Detectámos que os alunos do
5.º ano não sabiam fazer bem cambalhotas. Levámos os professores da sede
de agrupamento às escolas do 1.º Ciclo para os formar».
Adelino Calado sublinha que a sua escola nem tem contrato de
autonomia e que todas as alterações que constam no projecto educativo
são enquadradas na lei."
aqui.
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