MEC confirma grande adesão dos professores à greve e recorre à pressão ilegítima e à ameaça
O MEC enviou um ofício
aos diretores das escolas e agrupamentos, assinado pelo presidente do
IAVE e pelo diretor-geral da DGEstE no qual, em tom de notório
desespero, procuram criar pressão sobre os professores, esquecendo-se
que a sua não participação neste processo se faz no âmbito da greve que
foi convocada por sete organizações sindicais de professores.
Neste ofício, IAVE/ DGEstE/ MEC confirmam o insucesso da “convocação”
dos professores para formação, primeiro nas capitais de distrito,
depois em Lisboa e, por essa razão, ordenam, agora, a diretores que
convoquem os “professores classificadores por si designados que não concluíram, até à data, a certificação para as funções de classificador”. No ponto seguinte, refere que “na ausência do docente às sessões para as quais foi regularmente convocado, a Direção deverá agir em conformidade”… seja lá o que isso quer dizer.
MEC/ IAVE/ DGEstE deixam, assim, no ar um tom de ameaça com o “agir em conformidade”,
esquecendo-se que a ausência dos professores à formação – como a todas
as atividades relacionadas com este exame –, é absolutamente legal,
sendo lamentável e execrável que 41 anos após o 25 de Abril de 1974, os
dirigentes do IAVE e da DGEstE façam este tipo de pressão ilegítima,
revelando não terem, ainda, a democracia consolidada nas respetivas
cabeças.
DGEstE e IAVE falam, também, no seu ofício, em “falta de comparência ao serviço” por parte dos professores que, em greve, não realizaram as chamadas “sessões de Speaking”. Ora, não há qualquer “falta de comparência”,
há, isso sim, adesão a uma greve convocada para permitir que os
professores recusem envolver-se num processo que sai do âmbito das suas
funções, que prejudica a sua atividade na escola com os seus alunos
(essa sim, essencial para a valorização e promoção da qualidade do
ensino e da aprendizagem da língua inglesa) e que se mantém envolto por
manto pouco transparente.
Neste ofício, IAVE/ DGEstE/ MEC confirmam ainda que, para este
processo, não há limites financeiros, afirmando que quem realizar mais
de seis “sessões de Speaking” terá, “a título execional, uma contrapartida financeira” referente ao que designam por “trabalho adicional”, figura “jurídica” criada para este efeito.
Recordam, ainda, os dirigentes da DGEstE e IAVE que a realização das “sessões de Speaking” dá direito a pagamento do transporte e, sublinham, “independentemente da distância percorrida”.
Se dúvidas houvesse, confirma-se o forte impacto da greve dos
professores ao “exame Cambridge” e também as dificuldades que IAVE/
DGEstE revelam, quando é posta em causa a sua vontade, em lidar com
normas elementares da Democracia.
Por último, a FENPROF saúda os professores, de inglês e não só, que
têm participado nesta greve e que, à medida que passam os dias, são cada
vez mais.
O Secretariado Nacional da FENPROF
11/05/2015
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