1. Do progresso impressionante ao precipício |
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Lula
da Silva assinou esta quinta-feira a tomada de posse como ministro da
Casa Civil de Dilma e, quase ao mesmo tempo, um juiz decretava a
suspensão da posse. O Governo recorreu. Ao fim do dia, já madrugada em
Lisboa, uma segunda juíza também decretava que a posse estava suspensa.
Quase ao mesmo tempo, o tribunal de recurso dava razão ao advogado do
Estado e revogava a primeira decisão. A segunda, no entanto, da juíza
Regina Coele Formisano, do sexto juízo federal do Rio de Janeiro
mantém-se em vigor, impedindo Lula de exercer atos governativos. E ainda há mais dez ações populares a correr nos tribunais.
Na posse de Lula, houve tumultos. Na Câmara dos Deputados também. E em
18 dos 26 estados brasileiros registaram-se protestos e confrontos.
Foram eleitos também ontem os 65 deputados que farão parte da Comissão
Especial de análise ao pedido de impeachment da presidente Dilma,
primeiro passo do processo de destituição no Congresso Nacional. A
suspensão de Lula do cargo de chefe da Casa Civil de Rousseff e a
divulgação das conversas telefónicas entre o ex e a atual presidente
fizeram disparar a bolsa de São Paulo e desvalorizaram o dólar. "As
chances de que haja uma saída antecipada do governo de Dilma cresceram
muito", diz Carlos Kawall,
economista e ex-secretário do Tesouro Nacional do Brasil, ao DN. Os
investidores apostam na queda do governo Dilma. E Lula continua a
apostar na sobrevivência. Divulgou uma carta aberta ontem à noite
queixando-se de violação da intimidade da sua família e defendendo-se
das críticas. "Justiça, simplesmente justiça, é o que espero, para mim e
para todos, na vigência plena do estado de direito democrático", pede
Lula da Silva. Ferreira Fernandes escreve hoje no DN que o Brasil tem de escolher: Lula ou juiz? E Viriato Soromenho-Marques lembra Getúlio Vargas. |
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2. Crise dos refugiados em cima da mesa |
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Os
líderes europeus reuniram-se ontem, em Bruxelas, para trabalhar uma
base de entendimento a ser apresentada hoje ao primeiro-ministro turco
Ahmet Davutoglu. O objetivo é encontrar soluções para "recuperar o
controlo das fronteiras externas" da UE, no contexto da crise dos
refugiados. É ainda uma proposta e não um acordo a 28, que voltará hoje a ser analisada.
As posições, de parte a parte, endureceram durante o dia de ontem.
Merkel afirmou que as negociações "serão tudo menos fáceis", e Hollande
acrescentou "não poder garantir um final feliz. António Costa concordou:
"convém não ter ilusões" sobre a proposta que está em cima da mesa. |
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3. Marcelo entre os afetos e a política |
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Há
uma multidão que mergulha na imensa nave da Basílica de São Pedro, no
Vaticano, mas só o facto de os seguranças irem abrindo caminho para a
passagem de Marcelo Rebelo de Sousa tornou notada a presença do
Presidente da República. O Presidente fez questão de oferecer ao Papa um registo de Santo António,
da sua coleção privada, "um presente pessoal, afetivo", levou seis
paramentos desenhados por Siza Vieira e renovou o convite a Francisco
para visitar Portugal em 2017. À noite jantou com o rei de Espanha e
entre o "acordo total nos vários assuntos abordados" esteve a "sintonia"
nos assuntos económicos e financeiros, em que marcelo insistiu junto de
Felipe VI, aquilo que tem defendido sobre o domínio espanhol da banca
portuguesa. |
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4. Portas na TV |
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O futuro de Paulo Portas vai passar também pela televisão, mas à margem dos comentários políticos nacionais. O ex-líder do CDS quer um programa semanal ou quinzenal,
mas de política internacional, que tenha convidados de topo
internacional. As negociações prosseguem com duas estações, a SIC e a
TVI, ainda não estando fechado se terá um programa no cabo ou nos canais
generalistas. |
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5. GNR passa a ter generais |
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A promoção de oficiais da GNR a Generais - o posto mais alto da hierarquia - volta a estar em cima da mesa,
quase 10 anos depois de Cavaco Silva ter vetado um diploma de António
Costa, na altura ministro da Administração Interna, a propor a
alteração. Significa, na prática, que esta força de segurança deixe de
ser comandada por generais do exército - o que não acontece em mais
nenhuma gendarmerie europeia - e sejam os oficiais da própria
Guarda a assumir a liderança. Neste momento estão a comandar a GNR 11
generais das Forças Armadas. O assunto incendeia conflitos entre
oficiais da Guarda e não agrada ao Exército. |
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6. Mocho ou Cotovia? |
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Hoje
é Dia Mundial do S e o Centro de Medicina do Sono do Hospital CUF
Porto, dirigido por Marta Gonçalves, lança hoje um inquérito para
avaliar o relógio biológico dos trabalhadores, bem como dos estudantes
do Instituto Politécnico do Porto. A investigação inclui vários
questionários, disponíveis online por três semanas, que avaliam "a
qualidade do sono, o grau de sonolência e o jetlag social - a diferença entre o relógio biológico e o social -, que determina os compromissos diários". Aqui, no DN, também pode responder às perguntas, fazer as contas e ficar a saber se o seu relógio biológico é mais cotovia ou mais mocho. |
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Já agora, vale a pena ler a explicação científica para uma pergunta aparentemente comezinha: Porque (normalmente) não caímos da cama? O El Mundo falou com especialistas que explicam como enquanto dormimos a nossa capacidade muscular fica muito reduzida. |
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Também é notícia |
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A Donald Trump,
o mais que provável candidato republicano à Casa Branca, aplica-se o
ditado "uma maçã por dia..." substituindo o fruto por "polémica". Agora,
dezenas de rabis anunciaram que vão boicotar o discurso que o multimilionário vai fazer perante um grupo de lóbi pró-Israelita. Porquê? "Ele encarna "Sinat chinam", ódio absurdo", disse ao Japan Times um dos organizadores do protesto. |
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A Google adotou esta quinta-feira uma nova estratégia para a criação de robôs humanoides. Não os criar. Noticia a Bloomberg que a Alphabet, a "empresa mãe" do grupo que inclui a gigante da internet, decidiu pôr à venda a Boston Dynamics, a empresa que fabricava dos mais avançados robôs do mundo. É que concluíram que não havia forma de fazer dinheiro com o negócio. |
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Há prémios para quase tudo. A BBC dá notícia de mais um: para o livro mais estranho. Chama-se Prémio Diagram e este ano foi atribuído a uma obra intitulada Too Naked for the Nazis (Demasiado nus para os nazis, em tradução literal) sobre a carreira de um trio de vaudeville. Nesta votação organizada pela revista Bookseller o livro bateu - por pouco - outra obra de título invulgar: Reading from Behind: A Cultural History of the Anus. |
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E vai acontecer... |
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Termina o Conselho Europeu, reunião de chefes de Estado ou de Governo da UE, em que está o primeiro-ministro, António Costa. O Banco CTT inicia atividade, com a abertura de 52 lojas em simultâneo pelos 18 distritos de Portugal. E ao fim do dia começam as férias da Páscoa nas escolas - não há aulas até 3 de abril. |
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Com Ricardo Simões Ferreira | | | | | |
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