terça-feira, 22 de março de 2016

no coração das trevas...?


José Cardoso
POR José Cardoso
Editor Adjunto



O medo é uma ideia sangrenta

Boa tarde,

Ao contrário do que diz a saudação de abertura, esta não é uma boa tarde para o mundo civilizado. Como escreve o Pedro Santos Guerreiro na abertura do Expresso Diário desta terça-feira, o horror voltou a mexer com o modo de vida de quem acredita na liberdade. O terrorismo voltou a atacar, desta vez no coração da Europa, ceifando mais 34 vidas e fazendo mais de duas centenas de feridos. Citando mais uma vez o Pedro Santos Guerreiro, “todos nós fomos atacados”.

O Diário desta terça-feira é dominado pelos atentados de Bruxelas. Além do artigo do diretor do Expresso, também o Ricardo Costa (“Bélgica, crónica de uma tragédia anunciada”), o Henrique Monteiro (“Como viver com o medo” e o Daniel Oliveira (“Por uma aliança contra o ódio”) escrevem sobre mais este dia que enlutou a Europa.

No noticiário, publicamos um conjunto de artigos que tentam fornecer um enquadramento geral do que se passou hoje em Bruxelas. A começar, um artigo de um ex-editor do Expresso, Miguel Calado Lopes, que vive há anos na capital belga. Ele, que cobriu várias guerras, diz que, para si, mais do que a rotina diária que lhe mudaram, o que mudou esta manhã foi o olhar das pessoas. A incerteza do olhar. “Não posso deixar de viver como vivo, só porque há gente que faz da morte um instrumento de vida. Não posso fugir. Não posso deixar de andar de Metro, não posso deixar de ir ao cinema ou ao teatro. Não posso deixar de viajar, de gozar a beleza das pequenas e grandes coisas. Não posso deixar de ser livre”, escreve.

Depois, a análise do nosso cronista Miguel Monjardino, que diz que os terroristas se viram para quatro novos “principais alvos”. A Joana Azevedo Viana conta o que já se sabe e o que continua por desvendar sobre o ataque ao coração da UE. O Hélder Martins tenta explicar o que faz que Bruxelas seja tão atrativo para os terroristas. E publicamos ainda uma cronologia infográfica da Cristina Pombo, do Hugo Franco e da Sofia Miguel Rosa sobre os ataques terroristas perpetrados no mundo desde o verão de 2014. O período é curto, mas o balanço longo: são 180 ataques, de que resultaram 7000 mortos.

Os atentados de Bruxelas remeteram para segundo plano todo o restante noticiário desta terça-feira.

Mas no Diário de hoje publicamos ainda um trabalho do Filipe Santos Costa sobre o braço de ferro entre o Parlamento e o Banco de Portugal, cujo governador se recusa enviar à comissão de inquérito ao Banif o relatório sobre as falhas do banco central no caso do BES.

Do Brasil, Plínio Fraga explica como ter Lula no Governo é uma questão de sobrevivência para Dilma.

E o Virgílio Azevedo entrevistou o decano dos climatologistas portugueses, João Corte Real, que não tem dúvidas em afirmar que a Meteorologia em Portugal “está a funcionar mal”, havendo técnicos que falam sobre o tempo na televisão e não são meteorologistas.

Referência, ainda, à crónica do Henrique Raposo, que pergunta se “trabalha Marques Mendes para a “banca angolana” ou para a “banca portuguesa”; e a um texto da Alexandra Carita sobre o ”poeta sem rosto”, Herberto Helder, desaparecido faz agora um ano.

É tudo por hoje quando ao Expresso Diário, ainda haverá muito mais hoje no Expresso Online.

O melhor resto de dia possível.


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