quinta-feira, 25 de julho de 2013

pois [está visto que o homem não conhece (não deve conhecer !) as novas unidades organizacionais do ensino não superior (vulgo mega-agrupamentos)...?]... a "esquizofrenia burocrática" pode matar as universidades... no diário económico...!

"O reitor da nova Universidade de Lisboa (UL), António Cruz Serra, afirmou hoje que "se nada for feito as instituições de ensino superior e ciência poderão sucumbirão perante a esquizofrenia burocrática com que diariamente são confrontadas". 

No discurso proferida durante a cerimónia da sua tomada de posse que decorreu na Reitoria da UL alertou para o facto do processo de fusão das Universidades Técnica de Lisboa e de Lisboa poder estar "irremediavelmente comprometido perante um enquadramento hostil". Depois enunciou uma longa lista de ameaças ao bom funcionamento das instituições de ensino superior.

"As limitações à contratação de docentes e investigadores, as regras de gestão das receitas próprias e a permanente oscilação das políticas de estímulo às actividades científicas" são obstáculos à actividade das universidades e instituições científicas. Mas os alertas não ficaram por aqui perante uma plateia onde constava na primeira fila Nuno Crato, ministro da Educação e Ciência e os secretários de estado da Ciência e Ensino Superior. "Não se destrua de ânimo leve todo um património de desenvolvimento cultural, científico, e tecnológico que levou anos a construir", alertou acrescentando "saibam os agentes políticos reconhecer e valorizar essa responsabilidade" das universidades.

Depois Cruz Serra lançou "um alerta para o preocupante envelhecimento dos quadros universitários e para emigração de muitos dos nossos mais jovens investigadores que, após um período inicial de actividade ao abrigo dos programas Ciência, se vêm agora obrigados a partir". Sublinhando que " as universidades foram sujeitas, a importantíssima restrições orçamentais e de autonomia que põem em causa a sua sobrevivência". "A consolidação das contas públicas não pode pôr em causa a sobrevivência das instituições necessárias ao desenvolvimento do país", sublinhou Cruz Serra.
No final afirmou que esta fusão permite mostrar que a Universidade " tem dentro de si os genes de inovação necessários à mudança" que permitem "encontrar novos caminhos para ultrapassar as dificuldades que lhe são colocadas" quando a sociedade portuguesa se vive um "tempo de desânimo e descrença".

Também Leonor Beleza, a nova presidente do Conselho Geral da Universidade de Lisboa, sublinhou no seu discurso que este é um claro exemplo de como a universidade pode concretizar o que parecia impossível. A responsável pela Fundação Champalimaud alertou para necessidade do novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) consagre "autonomia reforçada" para as instituições de ensino superior. Uma alteração que "só depende das autoridades políticas".

Com cerca de 48 mil estudantes, a nova Universidade de Lisboa espera ser a instituição portuguesa mais bem colocada no ‘ranking de Shangai, um dos mais importantes do mundo, ficando entre os lugares 250 a 350. Também no ‘ranking' do Times Higher Education deverá ficar na 300 posição."


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