"Em Portugal, só passa fome quem quer" | |||
08:44 - 03 de Fevereiro de 2015 |
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"Manuel Lemos "Em Portugal, só passa fome quem quer"
Numa altura em que
as dificuldades económicas e a pobreza continuam a ser tema recorrente
em Portugal, o presidente da União de Misericórdias, Manuel Lemos,
revela, em entrevista ao jornal i, que, embora o número de pedidos de
ajuda seja o dobro de há dez anos, “em Portugal só passa fome quem
quer”.
DR
O presidente da União de Misericórdias, Manuel Lemos,
esclarece que "em Portugal só passa fome quem quer”. Em entrevista ao
jornal i, o dirigente reconhece que o número de pessoas apoiadas é o
dobro daquele que se verificava há dez anos – atualmente são 150 mil
todos os dias –, mas que muitos casos de pobreza atuais devem-se a
“desconhecimento” e “vergonha”.
“Em algumas zonas urbanas e bairros sociais [a fome] é um problema,
sim. Mas também digo que, em Portugal, só passa fome quem quer. Há quem
passe fome por desconhecimento da presença de cantinas sociais e temos
também os casos de pobreza envergonhada que preferem não pedir ajuda.
Mas não é por falta de resposta”, diz, reconhecendo, porém, que nos
últimos anos se verificou “um conceito mais alargado de pobreza, de quem
teve de mudar os seus padrões de vida”.
Em declarações ao jornal i, Manuel Lemos defende que ser pobre “é uma
questão de autoestima, acima de tudo”, dando exemplos de pais
desempregados que continuam a vestir-se como se fossem para o trabalho
só para que os filhos não notarem diferenças ou aqueles que vão a
cantinas sociais e evitam e exposição da família.
Na entrevista, o presidente da União das Misericórdias elogiou ainda a
solidariedade dos portugueses, classificando-os como “muito emotivos”, e
do Governo, mas só em relação às instituições.
“Face às pessoas, este Governo foi uma desilusão, tendo em conta que lhes cortou reformas", remata Manuel Lemos."
aqui.
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