sábado, 1 de agosto de 2015

a actualidade do dia-a-dia, nas escolhas do editor...

José Cardoso
POR José Cardoso
Editor Adjunto
 


As escolhas do editor 


Bom dia, 

Começo por dois artigos que publicámos logo na segunda-feira, mas cuja leitura continua atual. 

1. Como esta foi uma semana politicamente cheia para a coligação (apresentação dos cabeças de lista às legislativas na segunda-feira, do programa eleitoral na quarta, e fecho das listas na quinta à noite), faz sentido reler o artigo “Passos acusado de ceder ao aparelho”, no qual o Bernardo Ferrão e o Filipe Santos Costa mostram como as escolhas da coligação PSD/CDS para cabeças de lista têm poucas caras novas. O que explica as críticas de que há aparelho a mais (3 presidentes atuais e 2 ex-presidentes de distritais laranja), demasiados membros do Governo (11) e poucos independentes (apenas 3, incluindo Carlos Abreu Amorim, que não sendo militante não se pode dizer que seja um independente-independente…). 

2. Outro tema de segunda-feira que vale a pena reler hoje é a análise da Elisabete Tavares sobre a queda das bolsas chinesas. Começando o artigo com o célebre conceito do “efeito de borboleta” da teoria do caos, segundo o qual o batimento de asas de uma borboleta em Pequim (neste caso será mais em Xangai, cuja bolsa teve quedas recordes no início da semana) pode provocar uma tempestade no outro lado do mundo (e neste caso também em Portugal), a jornalista escreve um texto que tenta responder a uma pergunta, que aliás lhe dá o título: “Vai fechar a torneira dos investimentos chineses em Portugal?”. A releitura do artigo continua bem atual, quer porque o iô-iô (muito mais para baixo do que para cima) das bolsas do Oriente continua quer por causa da novela Novo Banco, cujo processo de compra devia ter sido concluído ontem mas foi chutado para meados de Agosto. Perguntará o leitor o que terá uma coisa a ver com a outra. A resposta é que dois dos três concorrentes à compra do Novo Banco são dois grandes grupos chineses, o Fosun e o Anbang – e, se a crise das bolsas se mantiver e/ou se agravar, os grandes investimentos chineses por cá (e não só) podem ser chão que deu uvas… 

Uma leitura que lhe pode ser bastante útil é a do artigo que o Pedro Oliveira escreveu sobre o Windows 10. Nele, o nosso camarada da Exame Informática explica tudo sobre este novo sistema operativo: quanto custa (é gratuito na maior parte dos casos), como se obtém (descarrega-se na internet), como se instala (automaticamente), que requisitos mínimos é necessário o seu computador ter, etc, etc. Num artigo complementar são ainda apresentadas as principais novidades em relação às versões anteriores do programa. O Windows 10 chegou na quarta-feira a Portugal, mas a leitura continua a ser pertinente, quer porque a disponibilização é feita de forma faseada e há muitos milhares de utilizadores que ainda não o têm, quer para esclarecer dúvidas a quem já o instalou (um pormenor engraçado: o Windows 10 inclui uma nova versão do popular jogo Minecraft). 

Igualmente útil, pelo menos para os leitores que façam parte dos mais de 80 mil celíacos existentes em Portugal, é o trabalho “Gema de ovo mais forte do que o glúten?”, da Vera Lúcio Arreigoso, que conta os mais recentes avanços científicos no combate à intolerância ao glúten. Fique a saber que dentro de três anos poderá estar disponível uma vacina, cujo ovo de Colombo está… na gema do ovo. 

Outro tema que esta semana esteve por mais de uma vez na primeira linha da atualidade foi Angola. Se quiser saber que saída poderá haver para o caso dos 15 jovens (alguns dos quais familiares de pessoas ligadas ao regime de José Eduardo dos Santos) detidos no mês passado sob a acusação de atentar contra “a segurança do Estado” (se o regime os liberta está a dar um sinal de frouxidão e de que afrontá-lo não traz grandes consequências; se mantém os termos da acusação e as condições da detenção enfrenta uma pressão interna e internacional crescente para a sua libertação), aconselho a leitura do artigo do Gustavo Costa, correspondente do Expresso em Luanda, que publicámos na edição de terça-feira. No dia seguinte haveria aliás uma nova tentativa de manifestação (igualmente reprimida) em Luanda, onde estava a eurodeputada Ana Gomes (que Luanda gostaria de ver pelas costas) e cujas ondas de choque ainda se fazem sentir. O tema Angola voltaria aliás a ganhar pertinência na quinta-feira, com as notícias de que a presença cubana está por um fio (e de que fizemos manchete nesse dia no Diário), e também na sexta, com o alerta da CMVM de que o regresso de milhares de portugueses expatriados em Angola terá um forte impacto (negativo) na economia nacional. 

Na reportagem, aconselho dois trabalhos com uma forte componente gráfica, um feito por cá outro lá fora. 

1. Como estamos a entrar em agosto e as férias estão aí, o João Paulo Galacho conta-lhe como foi a sua estreia no canyoning, um desporto de aventura que ganha cada vez mais adeptos, no qual ele se iniciou nas límpidas águas do rio Frades, em Arouca. O balanço não podia ser mais positivo: “Foi de tal maneira empolgante que espero ansioso pelo rio que se seguirá”, conclui o João Paulo, que não só faz o relato da aventura, como explica como é esta atividade e um roteiro de locais onde a praticar. 

2. Lá por fora, a poesia portuguesa – e da boa – foi levada a duas paragens um pouco “improváveis”, Tóquio e Seul, aonde Diogo Infante e João Gil levaram as palavras de Fernando Pessoa, às quais japoneses e sul-coreanos se renderam. A Ana Mesquita acompanhou o périplo e conta – em texto, fotos e vídeos – em quem consistiu a iniciativa, as reações de artistas e espectadores e os bastidores dos espetáculos. 

(Ainda nos trabalhos com forte componente gráfica, pode espreitar também a reportagem que a Luísa Meireles e o Luís Barra foram fazer à fábrica Bordalo Pinheiro, para contarem como são feitos os bonecos com figuras públicas que a empresa encomendou ao cartoonista António (sim, o “nosso António”, o histórico cartoonista do Expresso). Das bochechas de Mário Soares às orelhas de Obama, passando pelas canelas de Eusébio, pode saber pormenores de todo o processo de criação destes figurões de barro revisitando o Diário de terça-feira) 

Por último, repesco um título que fiz no Diário de terça-feira - “Pedimos desculpa por esta interrupção, o debate prossegue na sexta-feira” – para falar de outro tema que ontem voltou à baila noticiosa: o dos debates eleitorais. O debate sobre os debates prosseguiu efetivamente ontem, sexta-feira, para… ser novamente inconclusivo. Partidos e canais de TV voltaram a não se entender (pela terceira vez) sobre o assunto, sobretudo por causa da inclusão ou não de Paulo Portas (que o PS rejeita). A propósito desta novela dos debates sobre os debates, além de dar conta das mais recentes posições de partidos e televisões no Diário desta sexta-feira, o Adriano Nobre e o Bernardo Ferrão relembram os 10 debates eleitorais mais vistos em Portugal. 

Por hoje é tudo de Diário. 

Mas não se esqueça que é dia de semanário, com mais (e novas) notícias e com a Revista E, em cuja capa vem o código com o qual poderá ler o Expresso Diário durante toda a semana. 

Boas leituras, um ótimo fim de semana e/ou umas excelentes férias, se for caso disso.

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