quarta-feira, 18 de junho de 2014

coisas da educação... ainda não arrefeceu o suficiente e já toda a gente se vangloria dos gloriosos [e previsíveis ?] 'resultados' ...!


no público 'online'...

"Na manhã desta quarta-feira, quando terminou o exame nacional de Português, em que estavam inscritos 74 mil alunos, quase foi possível ouvir, junto às escolas, um suspiro de alívio. Os estudantes consideraram a prova fácil e a dirigente da Associação de Professores de Português (APP), Edviges Ferreira, classificou-a como “objectiva, adequada e coerente”. Apesar de ressalvar que “uma ou outra pergunta pode ter confundido os alunos”, não tem dúvidas: “A classificação média vai subir significativamente”.

Há um ano, a média dos exames de Português do 12.º ano igualou o pior resultado de sempre: 8,9 valores, numa escala de 0 a 20. Esse fantasma e o facto de este ano a prova abranger não só os conteúdos programáticos do 12.º ano, mas também os do 11.º, estavam a preocupar professores e alunos. Sem razão, afinal.


 À porta da escola Secundária Aurélia de Sousa, no Porto, vários estudantes diziam que “a matéria do 11.º até ajudou”. Isto porque o Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) optou por não causar surpresas e brindou os alunos com um excerto da obra de Padre António Vieira, Sermão de Santo António aos Peixes, à semelhança do que fizera no teste intermédio. "E as perguntas foram objectivas e bem formuladas”, avaliou Edviges Ferreira.



Eça de Queirós, um autor estudado no 11.º, também apareceu, mas como objecto de análise por Lídia Jorge; e entre as obras estudadas no 12.º foi eleita a de José Saramago, Memorial do Convento. Foi nestes dois casos que Edviges Ferreira detectou as tais “formulações” que podem ter confundido os alunos. “Explicite (…) os contributos do padre Bartolomeu de Gusmão, de Baltasar e de Blimunda para a construção e para o voo inaugural da passarola” – “terão os estudantes detectado que havia aqui duas questões que obrigavam a duas respostas?”, preocupa-se a dirigente da APP.

Outra inquietação está relacionada com as questões de escolha múltipla, sobre o texto de Lídia Jorge. Isto porque, “ao contrário do que sempre acontece”, diz a professora de Português, uma das questões é colocada pela negativa: “No caso de Eça de Queirós, a expressão “triunfo de um ponto de vista” (…) corresponde a uma síntese que exclui a…”. Este exclui, em vez de “inclui”, pode ter sido motivo para confusões, considera.

No que respeita à gramática o teste era acessível, analisou ainda a dirigente da APP, que aguarda que o IAVE divulgue os critérios de correcção para fazer uma análise mais precisa do exame. No último grupo pedia-se aos alunos que reflectissem acerca de duas perspectivas sobre a ambição, vista como "a origem de todas as conquistas humanas” ou como “causa de muitos problemas da humanidade”."


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