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"A língua mais falada do hemisfério sul e a quarta mais falada em todo o mundo completa hoje oito séculos.
Para o deputado português José Ribeiro e Castro estas são
razões mais do que suficientes para comemorar. “Queremos saudar uma das
mais importantes línguas internacionais e contemporâneas em tempo de
globalização. A língua portuguesa é ela própria uma ferramenta da
globalização”, sublinha o deputado, que promoveu, em conjunto com o
editor João Pinto, o 'Manifesto 2014 - 800 anos da língua portuguesa' -
subscrito por mais de 50 personalidades da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP).
O texto do manifesto é proclamado hoje junto ao Padrão dos
Descobrimentos, onde 800 crianças irão lançar 800 balões com desenhos de
artistas plásticos dos oito países da CPLP. Embaixadores e
representantes oficiais destes países juntam-se ao evento, que terá
momentos de dança e declamação de poesia. À noite, no Martim Moniz,
serão lançados outros 244 balões luminosos, símbolo dos 244 milhões de
falantes de português em todo o mundo.
Macau também vai celebrar: hoje de manhã, serão lançados balões a partir da Escola Portuguesa.
Testamento real é o marco histórico
O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, o
Presidente da República e o primeiro-ministro de Timor-Leste, Taur Matan
Ruak e Xanana Gusmão, o embaixador Hélder Lucas, chefe da Missão de
Angola junto da CPLP, o embaixador de Moçambique em Portugal e
secretário-executivo da CPLP, Murade Murargy, e o presidente do
Instituto Internacional de Macau, Jorge Rangel, são algumas das
personalidades que subscreveram este manifesto. O documento é assinado
também por escritores - como Pepetela, José Eduardo Agualusa e António
Lobo Antunes -, linguistas, jornalistas e personalidades da cultura.
Mas porquê 27 de Junho? É que há precisamente 800 anos, no dia 27 de
Junho de 1214, era assinado em Coimbra o Testamento do rei D. Afonso II -
considerado o mais antigo documento oficial escrito em português.
O objectivo inicial dos promotores da iniciativa, era celebrar este
marco a partir do Brasil, epicentro do Campeonato do Mundo de Futebol.
“Gostaríamos que houvesse uma grande festa no país onde se realiza a
copa do mundo e se fala português”, explica Ribeiro e Castro. Mas,
lamenta o deputado do CDS, “não foram reunidas condições para isso”, em
parte devido ao “contexto politicamente problemático do mundial”."
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