"1. Apresentei hoje de manhã a minha demissão do Governo ao primeiro-ministro.
2. Com a apresentação do pedido de demissão, que é irrevogável, obedeço à minha consciência e mais não posso fazer.
3.
São conhecidas as diferenças políticas que tive com o ministro das
Finanças. A sua decisão pessoal de sair permitia abrir um ciclo político
e económico diferente. A escolha feita pelo primeiro-ministro teria,
por isso, de ser especialmente cuidadosa e consensual.
4. O primeiro-ministro entendeu seguir o caminho da mera continuidade no Ministério das Finanças. Respeito mas discordo.
5.
Expressei, atempadamente, este ponto de vista ao primeiro-ministro,
que, ainda assim, confirmou a sua escolha. Em consequência, e tendo em
atenção a importância decisiva do Ministério das Finanças, ficar no
Governo seria um acto de dissimulação. Não é politicamente sustentável,
nem é pessoalmente exigível.
6. Ao longo destes dois anos protegi
até ao limite das minhas forças o valor da estabilidade. Porém, a forma
como, reiteradamente, as decisões são tomadas no Governo torna,
efectivamente, dispensável o meu contributo.
7. Agradeço a todos
os meus colaboradores no Ministério dos Negócios Estrangeiros a sua
ajuda inestimável que não esquecerei. Agradeço aos meus colegas de
Governo, sem distinção partidária, toda a amizade e cooperação."
aqui.
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